A primeira regra será a interpretação do sintoma desde a sua manifestação qualitativa e subjectiva, isto é, encontrar resposta às perguntas: Que é? Como é o sintoma? Sem nos aventurarmos por enquanto nos porquês. O segundo passo seria analisar em que momento apareceu o sintoma, recordar os acontecimentos e noticias produzidos na altura do aparecimento do sintoma e perguntarmos: Como nos sentíamos psicologica<strong>mente</strong>? Quais eram os nossos medos e frustrações ? A terceira regra força-nos a fazer a abstracção do sintoma convertendo-o num principio, num enunciado. Isso permite-nos prestar atenção às nossas frases idiomáticas, à forma de nos expressarmos, as palavras que utilizamos para verbalizar os nossos sintomas. Os mais recentes estudos em neurolinguística levam-nos à conclusão de que a linguagem pessoal é psicossomática. Por exemplo “ este desgosto mata-me”. E a quarta regra do processo de análise leva-nos a uma análise pessoal por meio de duas perguntas: O que é que este sintoma me impede de fazer? O que é que este sintoma me impõe? Deveríamos interrogarmo-nos, além disso, se obtemos algo como contrapartida, qual é o preço que temos que pagar por ele e se não poderíamos consegui-lo de outro modo. Não nos podemos esquecer que quando aparece um sintoma há um “sinal de aviso” para que introduzamos mudanças no nosso comportamento. Identificar correcta<strong>mente</strong> esta mensagem que nos dirigem as nossas células irá permitir pôr os elementos correctivos adequados para mudar a trajectória. A paragem obrigatória que supõe a aparição de um sintoma, impedindo-nos de realizar as nossas tarefas habituais, segundo esta teoria, seria um meio para corrigir desequilíbrios. No entanto, a atitude mais comum do doente é a de recusar o que está a viver e começa , então, a sua luta particular debatendo-se até conseguir acalmar o incomodo sintoma que tinha aparecido. Por exemplo irá ao médico e tomará medicamentos que iludirão a <strong>mente</strong> temporaria<strong>mente</strong>. É muito provável que daí a poucos meses volte a manifestar-se a doença e possivel<strong>mente</strong> com maior gravidade. À uma maior resistência à mudança corresponderá uma maior intensidade do sintoma. Uma atitude corajosa ao encarar a situação, ao analisar o processo em profundidade, de tirar as conclusões adequadas e de concretizar tudo isso em acções encaminhadas para um maior equilíbrio do nosso ser integral, será a prova de que assimilamos e incorporamos a lição. Já não será necessário recorrer mais a essa doença para aprender uma vez que decidimos escolher o método da compreensão em vez do método da dor como o nosso método de aprendizagem. Em suma, a doença, os sintomas, seriam a forma de se mostrar algo que nos falta aceitar, de algo que temos de mudar. O mecanismo cósmico de evolução dar-nos-ia a oportunidade de repensarmos os nossos esquemas mentais, impedindo que se fossem anquilosando com consequência da comodidade, da falta de preocupações ou 32
desinteresse. Seriam apelos à compreensão e definitiva<strong>mente</strong> a ampliação do conhecimento e da consciência. Há relativa<strong>mente</strong> pouco tempo, no nosso país, foram notícia pública casos de várias figuras conhecidas da rádio e televisão que após passarem por momentos de grande angústia lutando contra doenças cancerosas que ameaçavam a sua vida declararam, após a sua superação, que agora viam a vida com outro sentido e valor. 33