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O mundo exterior<br />
O mundo exterior é neutro. Tem o significado que queremos que ele tenha para nós.<br />
Somos nós que o valorizamos. Um índio da Amazónia despreza o dinheiro, porque não<br />
lhe vê utilidade a não ser para acender uma fogueira. O mesmo não se passa com o<br />
comum dos cidadãos que faz da acumulação do dinheiro, o primeiro objectivo da sua<br />
vida.<br />
A interpretação do mundo que o sistema de pensamento do ego quer que utilizemos é<br />
baseado na trindade: pecado, culpa e castigo. E é isso que projectamos no nosso sonho<br />
colectivo. Acreditamos que o pecado é real e que ao sermos culpados merecemos<br />
castigo. Depois projectamos os nossos castigos. Eles podem ser desde a doença física,<br />
nossa ou de próximos, poderá ser a carência financeira, poderá ser o fracasso<br />
profissional, a solidão, o assassinato, a violação, etc…<br />
Como poderemos despertar (salvação) deste sonho tão dramático e redutor do Filho de<br />
Deus? Não o podemos fazer sem ajuda. Todas as soluções que procuremos para<br />
melhorar a nossa visão deste sonho, serão viciadas, dado que as soluções serão sempre<br />
concebidas dentro do mesmo quadro de referências do ego.<br />
É por isso que podemos assistir à proliferação de novas correntes de pensamento<br />
habil<strong>mente</strong> disfarçadas pelo ego com falsas bases de santidade e que visam a<br />
reprogramação da <strong>mente</strong>. No entanto, como é típico do ego, elas servem apenas para<br />
reforçar a convicção na realidade deste mundo. Assim, essas reprogramações visam a<br />
rápida obtenção de mais bens materiais ao invés de procurarem a razão porque que é<br />
que eles não abundam na vida ilusória de cada um.<br />
O investimento no sistema de pensamento do ego, no materialismo, diminui o<br />
investimento na nossa visão espiritual, mas, também o contrário é verdadeiro. As religiões<br />
ou sistemas de pensamento que advogam a punição do corpo ou a sua purificação<br />
defendem ambas a sua existência e atribuem-lhe o poder da responsabilidade da<br />
salvação. Não faz sentido considerar um instrumento de aprendizagem como sendo a<br />
própria lição.<br />
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