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Questionar a realidade do mundo<br />
Porquê a necessidade intuitiva que todos temos de, mais cedo ou mais tarde,<br />
questionar esta realidade? Penso que é um acto natural provocado pelo conflito gerado<br />
entre a parte da nossa <strong>mente</strong> consciente e a parte desta que guarda memória de quem<br />
real<strong>mente</strong> somos.<br />
A nossa insatisfação é experimentada em todos os acontecimentos que vivenciamos e<br />
leva-nos, em determinado momento, a procurar respostas que, enganosa<strong>mente</strong>, o<br />
nosso ego nos faz acreditar que encontraremos no mundo exterior. O seu lema é:<br />
“procura mas não encontres”.<br />
Procuramos no corpo, no sucesso, na carreira, nos relacionamentos, na propriedade,<br />
no cabeleireiro, etc… E quanto tempo dura essa satisfação?<br />
Procuramos no planeta Terra , no universo e em cada átomo, mas as respostas<br />
continuam a remeter-nos para o infinito, sem satisfazer a pergunta de sempre: Quem<br />
somos? Porque estamos aqui? Haverá vida depois da morte? Irei para o inferno? O<br />
mundo acabará no ano 2000? Haverá vida noutros planetas? Haverá destino?<br />
A estas perguntas parecem corresponder respostas que dependem de forças<br />
exteriores ou de um deus a quem agradamos ou não, de acordo com os pecados que<br />
praticamos. Este é o mundo do medo. É o mundo do ego. Temos medo de que o<br />
telefone toque para nos dar uma má notícia, temos medo de estar felizes porque<br />
quando estamos felizes parece que alguma coisa desagradável está para acontecer.<br />
Temos medo que algo venha estragar esse momento.<br />
Porque será que temos medo de cada alegria que temos? Será porque sabemos que<br />
ela não é duradoura? Nada neste mundo dura eterna<strong>mente</strong>. Porque nada é real. Não<br />
estou a dizer que o ar que respiramos não seja real ou que a nossa casa não seja real.<br />
Trata-se de um nível de consciência em que percepcionamos as formas criadas pelo<br />
pensamento colectivo. É um sonho em estado acordado.<br />
Alguns homens sacrificaram-se um vida inteira para ter uma grande fortuna e quando<br />
a obtiveram, receberam a noticia de que sofriam de um cancro mortal e que o tempo<br />
de vida que lhes restava era de meses. Porquê esta realidade que mais parece um<br />
jogo de falsos objectivos e de decepções constantes?<br />
No entanto, tudo parece acontecer ao acaso e duma forma incontrolavel. “A vida é<br />
assim!” , costumamos dizer. Que tipo de vida é esta tão caótica que parece fugir do<br />
nosso controle e em que a morte de alguns é a alegria de outros e em que para<br />
alguém ganhar alguma coisa o outro tem de perder?<br />
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