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Entrevista de 27 de Maio de 1998:<br />
«A nossa <strong>mente</strong> é a resposta<br />
para vencer uma doença»<br />
Conflito, culpa, doença. Esta relação pode não fazer sentido para quem acredita que<br />
uma enxaqueca, uma dor de estômago e até um cancro são apenas problemas físicos.<br />
Mas, quando percebermos que a verdadeira causa de tudo isso está na nossa <strong>mente</strong>,<br />
é possível acreditar que está aí a resposta para a cura.<br />
«A <strong>mente</strong> é a resposta.» Este é o princípio, a questão primordial, para se entender<br />
todo um pensamento e uma linha de actuação que não trata doenças, mas que tenta<br />
descobrir as suas causas. «O sintoma é apenas um sinal exterior, o efeito de uma<br />
causa e a doença está na causa, está na <strong>mente</strong>», explica Carlos Anastácio, naturopata<br />
e homeopata, que nos últimos anos tem vindo a aprofundar os seus conhecimentos<br />
destas questões.<br />
Carlos Anastácio correu mundo, frequentou diferentes cursos de medicina natural,<br />
criou um Instituto de Saúde Integral em Lisboa (<strong>Homeos</strong>) e prepara-se para lançar<br />
breve<strong>mente</strong> um livro sobre o poder da <strong>mente</strong>. «A <strong>mente</strong> é tudo, nada existe fora dela»,<br />
afirma, acrescentando que é importante convencer as pessoas de que a «causa de<br />
tudo está em nós».<br />
Esta perspectiva de abordar a doença, radical<strong>mente</strong> diferente do que acontece na<br />
medicina convencional, não se limita a tratar sintomas. Vai mais longe, busca as<br />
causas, tenta resolver um conflito. «A doença é um sintoma físico da culpabilidade de<br />
uma pessoa, da existência de um conflito. Por detrás de uma doença, há sempre algo<br />
escondido», explica o médico naturopata.<br />
Tomemos como exemplo o cancro. «Pode dizer-se que um doente com cancro da<br />
mama, provavel<strong>mente</strong>, formou esse tumor por um sentimento inconsciente de<br />
culpabilidade», explica, adiantando que nestes casos é possível descortinar uma<br />
relação nítida entre o desenvolvimento da doença e acontecimentos traumáticos<br />
vividos sete e oito anos antes.<br />
«Tudo se trata de um erro mental – prossegue --, a pessoa sente, por qualquer<br />
razão, que errou e castiga-se a si própria.» É esta espécie de auto-punição que<br />
alimenta esse tal conflito e que se revela através de sintomas físicos. «Quando os<br />
nossos actos do quotidiano entram em conflito com o nosso objectivo espiritual,<br />
sabemos de um modo inconsciente que estão lançadas as se<strong>mente</strong>s da doença»,<br />
acrescenta. Aprender a encarar a vida de uma outra forma é a estratégia a seguir, pois<br />
cada um «é responsável pelo mundo em que vive».<br />
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