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A mente - Homeos.pt

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O nosso auto-conceito<br />

O nosso auto-conceito identifica-nos com um corpo. Esse corpo tem a capacidade de<br />

pensar, de dar origem a outros corpos e de morrer para nunca mais voltar. Viverá uma<br />

vida dura com muito sofrimento e alegrias pouco duradouras. Este é o nosso autoconceito<br />

tradicional.<br />

Nesta visão da existência, os corpos matam-se entre eles para terem o poder de mandar<br />

nos outros e de terem mais coisas. Trabalham uma vida inteira, que tem a duração desse<br />

corpo, para, em grande parte, adquirirem aquilo que não necessitam. Vestem roupas para<br />

se taparem pois têm vergonha de se mostrarem despidos. Consideram isso uma<br />

imoralidade. No entanto, pensam as coisas mais horríveis uns dos outros e matam<br />

inocentes sem disso sentirem vergonha. Divertem-se a comer e beber em excesso,<br />

acabando às vezes por adoecer em consequência. Também se divertem vendo filmes<br />

onde choram ou riem com as cenas de morte e violação feitas por outros corpos.<br />

O nosso auto-conceito cria esta realidade. Ela nasce dele. Ou seja, o mundo que vemos<br />

é criado por nós para servir este auto-conceito e depois projectamos imagens no mundo<br />

que não nos deixem duvidar de que o que vemos é verdadeiro.<br />

Quando morremos fisica<strong>mente</strong> este nosso “eu” deixa de existir. E é um paradoxo. Por um<br />

lado ele ameaça-nos diaria<strong>mente</strong> com o medo da morte e por outro é um suicida que<br />

sabe que, quando o corpo deixa de servir, a consciência desse "eu" desaparece.<br />

Cada vez que, temos nova<strong>mente</strong> consciência de ter um corpo, é como se nunca o<br />

tivéssemos tido antes. Bloqueamos a memória de anteriores experiências e voltamos a<br />

re-criar o nosso auto-conceito baseado numa forma física, limitada e mortal.<br />

Quantas vezes se irão repetir estas experiências no mundo da forma? Tantas quantas as<br />

necessárias à compreensão segura e irreversível da nossa verdadeira identidade que,<br />

nunca tendo deixado de o ser, aguarda serena<strong>mente</strong> e alheia ao caos que nos rodeia,<br />

que a reconheçamos. É o regresso a casa, donde nunca saímos. Os corpos gastam-se e<br />

trocam-se por outros. O nosso verdadeiro Ser é imutável e eterno. A sua realidade não é<br />

deste nível de consciência em que nos encontramos. Não tem pressa. Não pertence à<br />

realidade do espaço-tempo.<br />

No entanto, urge que nos lembremos de quem somos. Basta de experiências de<br />

sofrimento e infelicidade. Porquê esta punição? Porquê a morte?<br />

Porque razão repetimos esta odisseia quase interminavel<strong>mente</strong>? Que levará um Ser<br />

imortal e infinito a pensar que é mortal e limitado? Tratar-se-á de um equívoco de<br />

dimensão tão fantástica e proporcional a essa realidade?<br />

Será que esse equívoco terá levado o Ser a uma auto-amnésia que o faz pensar que não<br />

foi criado por outro Ser da mesma realidade. E que portanto é auto-criado, sendo um<br />

corpo. E será que, ao acreditar, equivocada<strong>mente</strong>, ter feito algo tão horrível a Quem o<br />

criou, temerá a destruição, como punição, e terá criado um universo físico onde se<br />

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