Pesquisa em Ensino de Ciências e de Biologia - UFPB Virtual ...
Pesquisa em Ensino de Ciências e de Biologia - UFPB Virtual ...
Pesquisa em Ensino de Ciências e de Biologia - UFPB Virtual ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
88<br />
<strong>Pesquisa</strong> <strong>em</strong> <strong>Ensino</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> e <strong>de</strong> <strong>Biologia</strong><br />
De acordo com Stenhouse (1987, p. 133), “a pesquisa e o <strong>de</strong>senvolvimento do currículo<br />
<strong>de</strong>v<strong>em</strong> correspon<strong>de</strong>r ao professor <strong>de</strong> modo que exista uma perspectiva para levar essa ativida<strong>de</strong><br />
à prática”. Esse autor explica como essa é uma meta para as gerações, para a maioria dos<br />
professores dominar o campo <strong>de</strong> pesquisa, questão que possibilitará mudar a imag<strong>em</strong> profissional<br />
que o professor t<strong>em</strong> <strong>de</strong> si mesmo e das condições <strong>de</strong> seu trabalho. A idéia do professor como<br />
pesquisador <strong>de</strong>senvolvida por Stenhouse (1987), baseia-se no pressuposto do professor como<br />
artista, o qual aperfeiçoa sua arte experimentando <strong>de</strong> forma crítica o <strong>de</strong>senvolvimento da sua<br />
prática na construção do currículo. Essa compreensão busca superar a posição na qual é<br />
colocado o professor como reprodutor. Assim, o professor é construtor da sua prática, <strong>de</strong> saberes,<br />
quando no contexto singular da sala <strong>de</strong> aula sob finalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisas, na busca <strong>de</strong> criar<br />
situações mediadas por valores e critérios educativos. Os critérios implícitos na prática do docente<br />
são el<strong>em</strong>entos essenciais da reflexão da prática.<br />
Nessa perspectiva, o professor como pesquisador toma sua prática como objeto <strong>de</strong> estudo,<br />
para transformá-la e, conseqüent<strong>em</strong>ente, reconstruir sua prática. Mas essa perspectiva reduz a<br />
ação do professor ao contexto da sala <strong>de</strong> aula como prática <strong>de</strong> construção do currículo. Para que<br />
os professores possam superar a chamada “metodologia da superficialida<strong>de</strong>”, geralmente tão<br />
utilizada na construção <strong>de</strong> saberes do senso comum, supõe incorporar a pesquisa como um dos<br />
el<strong>em</strong>entos da formação. A pesquisa, como ferramenta da reflexão crítica da prática, contribui para<br />
a construção <strong>de</strong> novos saberes, para se conseguir uma autonomia profissional que se constrói no<br />
coletivo do trabalho. Dessa forma, a pesquisa se orienta também à construção <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates sobre<br />
as experiências vividas, sobre outras experiências <strong>de</strong> pesquisa, para refletir sobre o trabalho<br />
profissional do coletivo como categoria. A inovação educativa do professor é um processo <strong>de</strong><br />
reflexão, pesquisa e crítica para a transformação não só do currículo como também da escola no<br />
contexto social.<br />
Assim, quando falamos do professor como pesquisador, não i<strong>de</strong>ntificamos a pesquisa do<br />
professor na sala <strong>de</strong> aula como a pesquisa acadêmica, produzida <strong>em</strong> Instituições Especializadas<br />
como os Programas <strong>de</strong> Pós-Graduação, caracterizados por uma prática social numa comunida<strong>de</strong><br />
científica. Nossa percepção <strong>de</strong> professor-pesquisador aproxima-se do profissional que participa na<br />
produção <strong>de</strong> saberes com métodos e estratégias sist<strong>em</strong>atizadas, utilizando a pesquisa como<br />
mecanismo da aprendizag<strong>em</strong> (RAMALHO et al, 2003).<br />
A atitu<strong>de</strong> do professor para a pesquisa supõe utilizar métodos e as produções das ciências<br />
como referências na construção dos novos saberes e competências, que ligados às posições<br />
críticas e ao contexto, possibilitarão as potencialida<strong>de</strong>s dos professores para a inovação<br />
educativa. Nossa preferência pelo termo potencialida<strong>de</strong> para a inovação educativa, nos leva a<br />
consi<strong>de</strong>rar que as transformações educativas não só <strong>de</strong>pend<strong>em</strong> do professor, <strong>em</strong>bora ele seja<br />
uma peça fundamental no sist<strong>em</strong>a complexo que representa a escola como instituição social.<br />
Os mo<strong>de</strong>los formativos presentes nas escolas dicotomizam teoria e prática. Assim, a visão<br />
dialética entre a teoria e a prática, na perspectiva crítica, possibilita a pesquisa constituir-se como<br />
el<strong>em</strong>ento articulador das relações teoria-prática. Nessa perspectiva, a pesquisa-ação é o tipo <strong>de</strong><br />
pesquisa que po<strong>de</strong> favorecer uma melhor interação entre a teoria e a prática no <strong>de</strong>senvolvimento<br />
profissional do professor, sobretudo pelas características básicas que a i<strong>de</strong>ntificam, quais sejam:<br />
<strong>em</strong>ancipatória, participativa, cooperativa e crítica. (RAMALHO et al, 2003).