Pesquisa em Ensino de Ciências e de Biologia - UFPB Virtual ...
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1. O QUE É PESQUISA?<br />
UNIDADE 2<br />
OS PASSOS DA PESQUISA<br />
98<br />
<strong>Pesquisa</strong> <strong>em</strong> <strong>Ensino</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> e <strong>de</strong> <strong>Biologia</strong><br />
A pesquisa po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada <strong>em</strong> um sentido mais amplo, como sendo toda ativida<strong>de</strong><br />
voltada para a solução <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as. Por ex<strong>em</strong>plo, se quiser saber <strong>em</strong> qual supermercado é o<br />
melhor preço <strong>de</strong> um sabão <strong>em</strong> pó, você terá que percorrer três ou quatro estabelecimentos do seu<br />
bairro para verificar o preço mais <strong>em</strong> conta do seu produto; ou se você ouve falar do<br />
<strong>de</strong>smatamento na sua cida<strong>de</strong> e quer saber mais a respeito, você irá ao arquivo dos jornais, à<br />
procura <strong>de</strong> uma reportag<strong>em</strong> sobre o assunto. Outra situação que envolve pesquisa é quando<br />
perd<strong>em</strong>os algo. Ao perceber que está s<strong>em</strong> o seu objeto (chave ou carteira), você começa a se<br />
indagar para saber on<strong>de</strong> possa tê-lo <strong>de</strong>ixado. E <strong>em</strong> seguida, ir aos lugares possíveis para localizálo.<br />
Essas ações, por mais simples que pareçam, se configuram como pesquisa. Por isso,<br />
sab<strong>em</strong>os o que é pesquisa por utilizarmos no nosso cotidiano. Assim, para Booth et al (2008, p. 7)<br />
“pesquisar é simplesmente reunir informações necessárias para encontrar resposta para uma<br />
pergunta e assim chegar à solução <strong>de</strong> um probl<strong>em</strong>a”. Para essas ações, não se faz necessário<br />
elaborar um relatório <strong>de</strong> pesquisa, pois essas pesquisas são para o nosso próprio uso. Para as<br />
pesquisas que exig<strong>em</strong> um relatório, é preciso o uso <strong>de</strong> técnicas e instrumentos. Esse tipo <strong>de</strong><br />
pesquisa é <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> científica. Segundo Pádua (2004, p. 31), é uma<br />
ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> busca, indagação, investigação, inquirição da realida<strong>de</strong>, é a ativida<strong>de</strong> que<br />
vai nos permitir, no âmbito da ciência, elaborar um conhecimento, ou um conjunto <strong>de</strong><br />
conhecimentos, que nos auxilie na compreensão <strong>de</strong>sta realida<strong>de</strong> e nos oriente <strong>em</strong><br />
nossas ações.<br />
Muitos manuais ou textos pod<strong>em</strong> nos ajudar a fazer pesquisa, mas somente aprend<strong>em</strong>os a<br />
pesquisar fazendo. Dúvidas, frustrações, insegurança, confusões faz<strong>em</strong> parte do processo <strong>de</strong><br />
pesquisa para um pesquisador experiente. Imagine para um iniciante! O mais importante para<br />
iniciar uma pesquisa é dar o primeiro passo, que é compreen<strong>de</strong>r a seguinte questão: para que<br />
faz<strong>em</strong>os pesquisa?<br />
Segundo Richardson et al (1999, p. 16), essa pergunta está <strong>em</strong> três âmbitos da produção<br />
do conhecimento: pesquisa para resolver probl<strong>em</strong>as; pesquisa para formular teorias; e pesquisa<br />
para testar teorias. No primeiro âmbito, a pesquisa é dirigida para a resolução <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as<br />
práticos, cujo pesquisador está somente preocupado <strong>em</strong> encontrar a resposta para um probl<strong>em</strong>a<br />
específico ou <strong>de</strong>screver o seu objeto <strong>de</strong> estudo da melhor forma possível. No segundo, é o tipo <strong>de</strong><br />
pesquisa que tenta <strong>de</strong>scobrir relações entre objetos <strong>de</strong> estudo. Conforme os autores supracitados,<br />
“os pesquisadores estudam um probl<strong>em</strong>a cujos pressupostos teóricos não estão claros ou são<br />
difíceis <strong>de</strong> encontrar” (IBID, IBIDEM). Por último, pesquisa para testar teorias, que, segundo os<br />
autores, não existe gran<strong>de</strong> diferença entre pesquisas para formular teorias e pesquisas para testar<br />
teorias, mas estas últimas exig<strong>em</strong> formulação precisa. Quando as teorias claramente formuladas<br />
são testadas e confirmadas repetidas vezes e se se dispõe <strong>de</strong> informação <strong>em</strong>pírica consistente,<br />
po<strong>de</strong>-se iniciar nova etapa na formulação <strong>de</strong> teorias.