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Pesquisa em Ensino de Ciências e de Biologia - UFPB Virtual ...

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<strong>Pesquisa</strong> <strong>em</strong> <strong>Ensino</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> e <strong>de</strong> <strong>Biologia</strong><br />

conhecimento dinâmico, intuitivo e espontâneo, que se manifesta no transcorrer da atuação.<br />

Revela-se na ação <strong>em</strong> si, não requerendo o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> uma explicação verbal. Já a segunda<br />

i<strong>de</strong>ia está relacionada a uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cunho cognitivo com consciência pelo sujeito. Durante o<br />

<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho, o sujeito reflete sobre o que está fazendo, no momento <strong>em</strong> que está fazendo. A<br />

reflexão-na-ação permite que o prático, através <strong>de</strong> um diálogo reflexivo, possa produzir um<br />

conhecimento novo. Nessa perspectiva, é uma ocasião que po<strong>de</strong> possibilitar a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />

indícios para a resolução <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as. A reflexão-na-ação é produzida pelo profissional ao se<br />

<strong>de</strong>parar com situações <strong>de</strong> incerteza e conflito, relacionando-se com o conhecimento na ação. É<br />

como se uma interrupção fosse feita para que se pu<strong>de</strong>sse refletir sobre o que está ocorrendo.<br />

Outro momento seria o <strong>de</strong> refletir sobre a reflexão-na-ação, acontecendo quando a reflexão gera<br />

uma explicação, po<strong>de</strong>ndo ser <strong>de</strong>cisiva para ações futuras.<br />

Diante do exposto, pod<strong>em</strong>os enten<strong>de</strong>r a prática reflexiva, proposta por Schön, uma certa<br />

imprecisão, pois, na medida que inclui, também, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> improvisar e gerar soluções<br />

inovadoras, mas eficazes, para probl<strong>em</strong>as novos e antigos. É, s<strong>em</strong> dúvida, uma i<strong>de</strong>ia pertinente<br />

para o cotidiano escolar, mas requer uma postura cuidadosa por parte dos docentes. De outro<br />

modo, pod<strong>em</strong>os atribuir equivocadamente qualquer iniciativa como prática reflexiva.<br />

Assim, <strong>de</strong>vido à repercussão da obra <strong>de</strong> Schön, as i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> reflexão e <strong>de</strong> pesquisa<br />

tornaram-se muito próximas, muitas vezes consi<strong>de</strong>radas como sinônimas, conforme constata<br />

Lüdke et al (1986). É importante estarmos atentos para as nuances que asseguram a<br />

especificida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>ssas práticas. Como ressalta Perrenoud (1999), a prática reflexiva<br />

não po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada uma metodologia <strong>de</strong> pesquisa. A reflexão e a pesquisa não tratam do<br />

mesmo objeto, portanto, exig<strong>em</strong> atitu<strong>de</strong>s diferentes, pois não têm a mesma função e não possu<strong>em</strong><br />

os mesmos critérios <strong>de</strong> validação.<br />

Lüdke et al (1986), <strong>em</strong> seu estudo, discute essa relação, pesquisa e prática reflexiva,<br />

amparada nas idéias <strong>de</strong> Schön a respeito da prática reflexiva, <strong>de</strong> modo que consi<strong>de</strong>ra quatro<br />

perspectivas alternativas:<br />

1. ver a pesquisa como uma espécie <strong>de</strong> facilitadora da prática reflexiva;<br />

2. pensar a pesquisa como um estágio avançado <strong>de</strong> uma prática reflexiva, como um seu<br />

<strong>de</strong>sdobramento natural;<br />

3. conceber a prá tica reflexiva como uma espécie <strong>de</strong> pesquisa; e, por fim;<br />

4. enten<strong>de</strong>r que a prática reflexiva po<strong>de</strong> ou <strong>de</strong>ve envolver pesquisa, ainda que as duas<br />

não sejam a mesma coisa (como <strong>em</strong> 3), n<strong>em</strong> a pesquisa seja necessariamente um<br />

<strong>de</strong>sdobramento natural <strong>de</strong> qualquer prática reflexiva (como <strong>em</strong> 2).” (LÜDKE et al, 1986, p. 41-42).<br />

Nesse sentido, pod<strong>em</strong>os afirmar que uma pesquisa executada pelo professor, quando<br />

voltada para a sua prática docente, po<strong>de</strong> provocar ou ser <strong>de</strong>rivada <strong>de</strong> uma prática reflexiva.<br />

4. COMO SER PESQUISADOR DA SUA PRÓPRIA PRÁTICA?<br />

Partimos do princípio <strong>de</strong> que o professor necessita se constituir como pesquisador da sua<br />

própria prática, conduzindo crítica e sist<strong>em</strong>aticamente a sua ativida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> maneira a <strong>de</strong>terminar os<br />

eixos que estruturam cada situação <strong>de</strong> ensino. Assim, t<strong>em</strong>os a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que cada sala <strong>de</strong> aula se<br />

transforme <strong>em</strong> um laboratório e <strong>de</strong> que cada professor se constitua <strong>em</strong> um investigador.

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