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Pesquisa em Ensino de Ciências e de Biologia - UFPB Virtual ...

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<strong>Pesquisa</strong> <strong>em</strong> <strong>Ensino</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> e <strong>de</strong> <strong>Biologia</strong><br />

Tanto a prática reflexiva, quanto a prática <strong>de</strong> pesquisa não po<strong>de</strong> prescindir do exercício da<br />

crítica. É através <strong>de</strong> Contreras (1997) que t<strong>em</strong>os uma melhor compreensão a respeito da<br />

importância da ação crítica quando discute os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> professor, refletindo sobre o docente<br />

como um profissional técnico, o qual assinala o quanto a sua autonomia é restrita pela<br />

racionalida<strong>de</strong> técnica.<br />

Conforme já mencionamos anteriormente, a racionalida<strong>de</strong> técnica impõe uma relação <strong>de</strong><br />

submissão dos níveis mais práticos aos mais abstratos <strong>de</strong> produção do conhecimento,<br />

hierarquizando o trabalho docente e reforçando, conseqüent<strong>em</strong>ente, a sua divisão. Nesse sentido,<br />

o afastamento hierarquizado entre professores e técnicos julga uma relação <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência e<br />

subordinação que restringe a autonomia docente e fragiliza qualquer atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> investigação. Fazse<br />

necessário ir <strong>em</strong> busca da base reflexiva do <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho do professor, com o objetivo <strong>de</strong><br />

promover a compreensão das situações probl<strong>em</strong>áticas da prática. Contreras indica a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ssa reflexão não ficar reduzida à sala <strong>de</strong> aula, <strong>de</strong> modo que é preciso r<strong>em</strong>etê-la a uma<br />

realida<strong>de</strong> mais ampla, contextualizando histórica e criticamente.<br />

Consi<strong>de</strong>rando que a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> questionamento é algo que se constrói<br />

progressivamente, faz-se necessário trabalhar criticamente com os docentes, a partir <strong>de</strong> uma<br />

relação dialógica, para possibilitar que reconheçam e analis<strong>em</strong> os fatores que restringe sua ação.<br />

Sob este enfoque, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a crítica teórica como el<strong>em</strong>ento superador das limitações da simples<br />

reflexão.<br />

Ainda conforme Contreras, é importante o professor se assumir enquanto intelectual.<br />

Conceber o trabalho dos professores como intelectual, requer reconhecer e discutir sua natureza<br />

socialmente construída, e o modo como se relaciona com a ord<strong>em</strong> social, assim como analisar as<br />

possibilida<strong>de</strong>s transformadoras implícitas no contexto social das aulas e do ensino. O intelectual<br />

crítico é aquele que participa ativamente do esforço <strong>de</strong> <strong>de</strong>svelar o oculto, e <strong>de</strong>scobrir a orig<strong>em</strong><br />

histórica e social daquilo que se mostra como natural. Assim, os professores, como intelectuais<br />

transformadores, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> levantar questionamentos a respeito do que ensinam e sobre a forma<br />

como <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ensinar. Aplica, portanto, um aspecto significativo à ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisa pelo<br />

professor e a sua preparação para exercê-la.<br />

A pesquisa-ação, incorporada no processo <strong>de</strong> possibilitar a construção do professorpesquisador,<br />

foi consi<strong>de</strong>rada uma alternativa epist<strong>em</strong>ológica para o <strong>de</strong>senvolvimento da teoria<br />

curricular, o que enca<strong>de</strong>ou uma tensão entre professores e acadêmicos. No <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong><br />

acompanhar o conhecimento sobre a prática educacional, foram formulados alguns níveis <strong>de</strong><br />

controle, tais como: o conceitual, o metodológico, o textual e o <strong>de</strong> publicação. Elliott (1998) trata<br />

da complexida<strong>de</strong> que abarca a pesquisa-ação e o papel do professor como um pesquisador <strong>em</strong><br />

relação aos acadêmicos. Este autor <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> que o papel do pesquisador<br />

acadêmico <strong>de</strong>ve ser o <strong>de</strong> instituir uma maneira <strong>de</strong> pesquisa colaborativa que contribua para a<br />

transformação da prática curricular. A pesquisa-ação, por proce<strong>de</strong>r <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as vividos pelos<br />

profissionais envolvidos na prática pedagógica, po<strong>de</strong> vincular teoria e prática para envolver<br />

pesquisadores especializados, professores dos cursos <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> professores e os<br />

profissionais que atuam na prática, <strong>em</strong> um diálogo permanente.<br />

Com efeito, a pesquisa-ação busca contribuir com a mudança <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada<br />

situação, a partir <strong>de</strong> um processo <strong>em</strong> que tanto os indivíduos envolvidos quanto o probl<strong>em</strong>a <strong>em</strong><br />

questão se transformam <strong>em</strong> função das intervenções feitas. Na perspectiva do autor supracitado,<br />

a pesquisa-ação po<strong>de</strong> corroborar na atitu<strong>de</strong> colaborativa entre professores e alunos, contribuindo<br />

para a reformulação da prática pedagógica e para que o professor se constitua <strong>em</strong> um

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