Pesquisa em Ensino de Ciências e de Biologia - UFPB Virtual ...
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:: PERGUNTAS?? ::<br />
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<strong>Pesquisa</strong> <strong>em</strong> <strong>Ensino</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> e <strong>de</strong> <strong>Biologia</strong><br />
Este momento se configura como o espaço para apresentar as dúvidas a<br />
respeito do assunto.<br />
O que estou compreen<strong>de</strong>ndo a respeito <strong>de</strong> projetos? Eu preciso <strong>de</strong>finir um<br />
tipo <strong>de</strong> projeto para utilizar nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ssa disciplina ou nos meus trabalhos na<br />
escola?<br />
Para tanto, esta disciplina compreen<strong>de</strong>, simbolicamente, um projeto como um “espaço” que<br />
aproxima o processo <strong>de</strong> ensino e aprendizag<strong>em</strong> da vida real do aluno. Desse modo, renega-se a<br />
visão da concepção <strong>de</strong> ensino tradicional e adota-se uma atitu<strong>de</strong> que dá ênfase ao processo <strong>de</strong><br />
aprendizag<strong>em</strong>. Trata-se <strong>de</strong> um plano a ser posto <strong>em</strong> prática, uma i<strong>de</strong>ia formada para realizar algo,<br />
através <strong>de</strong> um esqu<strong>em</strong>a <strong>de</strong> ação previamente <strong>de</strong>terminado.<br />
São consi<strong>de</strong>rados, no trabalho <strong>de</strong> análise, os diferentes tipos <strong>de</strong> projetos e suas distintas<br />
estruturas, <strong>de</strong> acordo com o probl<strong>em</strong>a, objetivos, concepções pedagógicas e possibilida<strong>de</strong>s reais<br />
dos alunos, b<strong>em</strong> como do sist<strong>em</strong>a educacional.<br />
A ênfase dada ao processo <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> reflete a prática pedagógica do professor,<br />
sua concepção <strong>de</strong> projeto e <strong>de</strong> pesquisa. Quando o professor enfatiza o ensino são evocados<br />
conceitos como a instrução, orientação, comunicação e transmissão <strong>de</strong> informações. Contudo, se<br />
ele da ênfase a aprendizag<strong>em</strong>, adota-se conceitos como a apreensão, apropriação, <strong>de</strong>scoberta,<br />
modificação <strong>de</strong> comportamento e construção <strong>de</strong> conhecimentos.<br />
O papel do professor também se diferencia <strong>de</strong> acordo com a ênfase dada ao ensino e a<br />
aprendizag<strong>em</strong>. No <strong>de</strong>staque dado ao ensino, o professor é o <strong>de</strong>tentor absoluto do saber e<br />
transmissor <strong>de</strong> informação, enquanto que na ênfase dada à aprendizag<strong>em</strong> o professor é um<br />
orientador – probl<strong>em</strong>atizador, durante todo o processo.<br />
Consi<strong>de</strong>rando os diferentes tipos <strong>de</strong> projetos analisados e as distintas concepções<br />
pedagógicas que os alicerçam, po<strong>de</strong>-se concluir que os projetos pedagógicos, <strong>de</strong> trabalho, <strong>de</strong><br />
aprendizag<strong>em</strong> e os interdisciplinares apresentam as mesmas características <strong>em</strong> relação ao<br />
objetivo, concepção <strong>de</strong> ensino, concepção <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong>, papel do professor, papel do aluno,<br />
avaliação, modo <strong>de</strong> execução, organização, estrutura, grupos <strong>de</strong> trabalho e conteúdo. Conclui-se,<br />
ainda, que estes n<strong>em</strong> tão distintos tipos <strong>de</strong> projetos apresentam as mesmas características<br />
porque <strong>de</strong>rivam da mesma concepção epist<strong>em</strong>ológica. Constatou-se, através do entrelaçamento<br />
<strong>de</strong>stes diferentes tipos <strong>de</strong> projetos, que todos eles abordam a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r a<br />
aprendizag<strong>em</strong> como algo <strong>em</strong> constante processo <strong>de</strong> construção, on<strong>de</strong> todos faz<strong>em</strong> parte <strong>de</strong> um<br />
movimento inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e indissociável, fornecendo el<strong>em</strong>entos para que no ambiente escolar,<br />
seja <strong>em</strong>preendida uma ação pedagógica que conceba o conhecimento <strong>em</strong> sua não linearida<strong>de</strong>,<br />
como todo um processo e não apenas como um produto final.<br />
Possivelmente pod<strong>em</strong> surgir dúvidas quando são apresentados ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong><br />
trabalho. Assim, quando se leva adiante a organização <strong>de</strong> uma experiência escolar e se preten<strong>de</strong><br />
torná-la pública, pod<strong>em</strong> surgir as seguintes perguntas que reflet<strong>em</strong>, <strong>em</strong> boa parte, uma concepção<br />
dos materiais curriculares distanciada da norma. Essas perguntas se propõ<strong>em</strong> como um convite a<br />
dialogar com esses ex<strong>em</strong>plos, como um “lugar” a partir do qual olhá-los:<br />
1) Como apresentar um material curricular para que seja aberto? E, por sua vez, o que<br />
quer dizer elaborar um material <strong>de</strong> maneira aberta?