CAPTAÇÃO DE RECURSOS Da teoria à prática - SOS Mata Atlântica
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FAMÍLIA CIM<br />
“Em 1999, alugamos uma casa com 14 cômodos de ótima<br />
estrutura, mas mal conservada, para ser a sede da<br />
CIM - Casa de Integração da Mulher. Para tornar o espaço<br />
propício ao trabalho, lançamos mão do que tínhamos.<br />
Éramos nós, a família CIM, e fizemos a primeira campanha<br />
institucional “Mãos <strong>à</strong> Obra”. Assim, formaram-se<br />
mutirões de solidariedade institucional, integrado por<br />
homens de todas as idades, que contribuíram em horas<br />
vagas, com seus serviços de pintura, eletricidade, bombeiro<br />
hidráulico, e outros serviços necessários <strong>à</strong> reforma<br />
da casa.<br />
Nós, mulheres, diretoras, associadas e usuárias, contribuímos<br />
com mensalidades de manutenção dobrada, e<br />
ainda com serviços de limpeza, decoração e doações de<br />
objetos que estavam sobrando em nossas casas. Desde<br />
bule de café até mesa modular com vidro fumê e cadeiras<br />
acolchoadas. Até fizemos a confecção da logomarca<br />
da CIM, panos de pratos e cortinas de armários decorati-<br />
42 <strong>CAPTAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>RECUR<strong>SOS</strong></strong>. DA TEORIA À PRÁTICA<br />
■ Não basta doar tempo<br />
A situação ideal é a em que os membros da diretoria não apenas<br />
conseguem recursos, como também colaboram com algum recurso,<br />
mesmo que seja uma quantia simbólica. Se os membros da diretoria<br />
não valorizam sua organização, não há por que esperar que outras<br />
pessoas o façam. Membros de diretorias que não querem doar<br />
muitas vezes insistem que doam seu tempo, e que não é justo ter<br />
que doar dinheiro também. Entretanto, é preciso entender que<br />
tempo e dinheiro são necessários, mas que não são a mesma coisa.<br />
A entidade sem fins lucrativos precisa de ambos.<br />
Os membros da diretoria têm a responsabilidade financeira de<br />
garantir que a organização que dirigem tenha recursos suficientes<br />
para operar. Podem obter recursos de várias maneiras, incluindo<br />
financiamentos governamentais ou contribuições em espécie.<br />
Quem, além de não doar também não consegue recursos, não está<br />
cumprindo suas responsabilidades e deve pensar seriamente em<br />
deixar seu cargo na diretoria para alguém que esteja disposto a<br />
cumpri-las. Na América do Norte, essa é uma <strong>prática</strong> muito comum.<br />
No Brasil, a contribuição financeira da diretoria pode não parecer<br />
comum, mas é. Todos doam alguma coisa, quando, por exemplo,<br />
pagam cópias de materiais para ser distribuídos numa reunião,<br />
ou compram um número numa rifa para angariar recursos para a<br />
organização, ou ainda, dividem os gastos com as comidas que serão<br />
vendidas numa festa. As contribuições financeiras voluntárias são<br />
uma <strong>prática</strong> já conhecida há décadas, por exemplo, entre as pessoas<br />
que atuam nos partidos ou nas comunidades eclesiais de base,<br />
nas igrejas. E isso é uma parte da captação de recursos nas organizações<br />
sem fins lucrativos. !<br />
vos para cozinha e banheiro, entre outros objetos.<br />
Não paramos por aí: conseguimos também a doação<br />
de carteiras universitárias para três salas multifuncionais<br />
e outras mobílias. Enfim, em quatro meses, tínhamos<br />
uma instituição mobiliada e equipada para desenvolver<br />
nossas atividades comunitárias.<br />
E provamos a nós mesmas o quanto<br />
somos capazes. A comemoração se<br />
eternizou, pois, vencemos juntos<br />
um grande desafio. Ficamos<br />
orgulhosas deste feito e<br />
da nossa instituição”.<br />
Júlia Tadeu<br />
Goulart Teixeira,<br />
Casa de Integração<br />
da Mulher,<br />
Rio de Janeiro-RJ