12 DOS SERINGUEIROS AUTÔNOMOS - Biblioteca da Floresta
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O relato de Guerra se faz com um enquadramento prévio que<br />
aponta para uma colonização de pequenos proprietários que, embora<br />
correspon<strong>da</strong> a um dos processos que está em curso, está longe de ser<br />
o único. Nem todos os seringais que estavam sendo desapropriados<br />
por iniciativa do governo localizavamse nas proximi<strong>da</strong>des dos<br />
centros urbanos 'em zonas onde a densi<strong>da</strong>de demográfica e a<br />
capaci<strong>da</strong>de de consumo favorecem a existência <strong>da</strong> pequena<br />
proprie<strong>da</strong>de rural', tal como quer Guerra.<br />
É o que se vê, por exemplo, em uma região bem longe dos<br />
centros urbanos, como na margem esquer<strong>da</strong> do rio Moa, numa área<br />
com 3.650.000 m 2 , onde está<br />
'a colônia Assis Brasil [que] foi adquiri<strong>da</strong> por compra feita pelo<br />
governo federal e embora fosse fun<strong>da</strong><strong>da</strong> em 30 de dezembro de 1931,<br />
até o presente momento ain<strong>da</strong> não foi lotea<strong>da</strong>. A entra<strong>da</strong> e a<br />
localização do colono nas terras desta colônia são feitas sem obedecer<br />
a nenhum plano e nenhuma orientação...'<br />
No relatório de 1952 do Diretor de Produção ao então<br />
governador João Kubitschek de Figueiredo podese ler que<br />
'As aquisições de novas glebas, a fim de evitar constantes<br />
atritos entre o arren<strong>da</strong>tário do seringal Bela Flor, no município de<br />
Brasiléia, e os agricultores que se localizaram compulsoriamente em<br />
terras do dito seringal, o governo do território adquiriu, <strong>da</strong> cita<strong>da</strong><br />
proprie<strong>da</strong>de, pela quantia de Cr$ 160.000,00, uma gleba de<br />
34.078.921 m2, 1/4 do qual no próximo ano será loteado e entregue<br />
aos colonos já domiciliados' (Guerra, op.cit.: p. 172).<br />
Mais adiante, na página 246 dessa mesma obra, Teixeira<br />
Guerra volta a discorrer sobre esses colonos de Brasiléia falando <strong>da</strong><br />
'invasão lenta que estes seringais vêm sofrendo por parte dos<br />
'colonos' ou, mais exatamente, por lavradores que praticam a<br />
plantação de alguns poucos produtos para subsistência, e também a<br />
coleta de produtos silvestres, gerando problemas de posse <strong>da</strong> terra...".<br />
A importância desses colonos dos seringais Carmem e Nazaré<br />
pode ser vista pelo número de vezes em que é citado. Guerra, por<br />
exemplo, volta a se referir à 'Fazen<strong>da</strong> São José' dizendo que nela há<br />
'u'a máquina para beneficiar arroz, o qual é comprado dos colonos<br />
dos seringais Carmem e Nazaré.' (Guerra, op.cit.:p.246).