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12 DOS SERINGUEIROS AUTÔNOMOS - Biblioteca da Floresta

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'Então, mediante esta intervenção do Banco <strong>da</strong> Amazônia, o<br />

Senador Altevir Leal vendeu boa parte <strong>da</strong>s terras para o grupo do<br />

Paraná, o Grupo Paranacre, e parte para o grupo de São Paulo... De<br />

modo que com a ven<strong>da</strong> dessas terras o Banco se ressarciu do débito<br />

do senador Altevir Leal que, parece, montava a <strong>12</strong> milhões de<br />

cruzeiros. E esses grupos assumiram a responsabili<strong>da</strong>de de débito do<br />

Senador' conforme o depoimento do Sr Nabor Jr. apud Duarte,1987:<br />

87.<br />

O Estatuto <strong>da</strong> Terra, como todo documento oficial, tem um<br />

poder de balizar/servir de referência para as práticas sociais, como o<br />

faz ao criar categorias como as de latifúndio por extensão; latifúndio<br />

por exploração, empresa rural, minifúndio e módulo rural. Deste<br />

modo não só indicava o sentido que tomava a nova fase de<br />

desenvolvimento do capitalismo no Brasil como também enquadrava<br />

os conflitos e condicionava identi<strong>da</strong>des.<br />

Nesta categorização está, sem dúvi<strong>da</strong>, embuti<strong>da</strong> a perspectiva<br />

do aumento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de, como na distinção entre latifúndio por<br />

extensão e latifúndio por exploração que, no fundo, se media pelo<br />

conceito de empresa rural para o que se indicava, incluindo, uma<br />

referência modular, o módulo rural. Sabemos como o debate sobre o<br />

agro brasileiro passará a ser enquadrado por meio de categorias como<br />

a de terra produtiva, por exemplo.<br />

Não só o Estatuto <strong>da</strong> Terra sinalizara o sentido modernizante<br />

<strong>da</strong> nova fase do capitalismo no campo brasileiro como mobilizara<br />

aqueles que tornavam prática sua letra. O Presidente <strong>da</strong> Associação<br />

dos Criadores de Nelore do Brasil, Sr. Mario Junqueira, num artigo<br />

publicado no jornal O Rio Branco, em 1974, afirmara simplesmente<br />

que:<br />

'os seringalistas, outrora um homem rico e hoje, em sua<br />

maioria endivi<strong>da</strong>dos no Banco <strong>da</strong> Amazônia, sem condições de sal<strong>da</strong>r<br />

seus compromissos, melhor será também enfrentar as novas<br />

estruturas, o novo desafio, e unir­se aos investidores que chegam, ou<br />

abandonar o campo de luta' (O Rio Branco, 19/10/1974).<br />

Neste contexto de modernização, em que a categoria de<br />

produtivi<strong>da</strong>de exerce um poder quase mágico, o seringal, pelas suas<br />

imensas extensões, denuncia<strong>da</strong>s no Acre, como vimos, por diferentes

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