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12 DOS SERINGUEIROS AUTÔNOMOS - Biblioteca da Floresta

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Daí essa denominação, aparentemente anódina mas plena de<br />

significação, como uma categoria que está aquém <strong>da</strong> condição<br />

biológica, posto que ocupar um lugar no espaço é a condição mais<br />

banal de todo corpo físico submetido à lei, não dos homens, mas <strong>da</strong><br />

gravi<strong>da</strong>de! E, no entanto, eles se movem e ... falam<br />

'Então ele 15 vendeu esse mundo de terra com todos esses<br />

posseiros, ele deve ter vendido os posseiros também e nós não<br />

aceitamos que nós somos tão bandidos pra ser comprados. (...) Prá<br />

nós a terra tem valor porque é a nossa vi<strong>da</strong>. Não pode ser vendi<strong>da</strong>,<br />

que nós não vendemos a nossa vi<strong>da</strong>'. (Duarte, 1987: 113).<br />

Figura 50 – Área ocupa<strong>da</strong> (ha) pelos estabelecimentos por grupo de<br />

área – Acre – 1970.<br />

Esses ocupantes, já em 1960, tinham uma presença dominante<br />

nos municípios de Brasiléia e Xapuri, no vale do Acre e, em 1970,<br />

dominavam em todos os municípios acreanos, com exceção apenas<br />

de Cruzeiro do Sul e Tarauacá, ambos no vale do Juruá, onde<br />

predominavam os Arren<strong>da</strong>tários. Registre­se ain<strong>da</strong> que em Rio<br />

Branco, embora os ocupantes não sejam maioria absoluta,<br />

correspondem a 43% dos responsáveis pelos estabelecimentos! Neste<br />

município, assim como em Brasiléia, é preciso destacar o peso dos<br />

Proprietários, 30% e 41% respectivamente, sendo que essa<br />

importância se deve, sobretudo, aos proprietários com<br />

estabelecimentos de menos de 10 hectares e entre 10 e 100 hectares.<br />

Quando desmembramos esses <strong>da</strong>dos por grupos de categorias<br />

de tamanho lá vemos que a maior parte desses ocupantes está no<br />

grupo de 100 a 500 hectares e se a ele acrescentarmos os<br />

proprietários do mesmo grupo que, por serem proprietários também<br />

não pagam ren<strong>da</strong> e, ain<strong>da</strong>, os cupantes do grupo de 500 a 1000<br />

hectares que, sabemos, no vale do Purus não permitiria mais que 3<br />

colocações de seringueiros e no Juruá não mais que duas colocações<br />

e, assim, não configuraria propriamente um seringalista e teremos<br />

uma dimensão do significado do seringueiros Autônomos no Acre em<br />

1970 16 . Assim, há boas razões, e não só estatísticas, para afirmar a<br />

15 Refere­se, aqui, ao seringalista que havia vendido as terras a fazendeiros.<br />

16 Como Teixeira Guerra já alertara, o trabalhador rural do Acre tem na extração de seringa uma<br />

espécie de ren<strong>da</strong> monetária imediata que nenhum outro produto propicia e, por isso, onde quer<br />

que se vá, por todo o Acre, sempre o que se vê é a figura do seringueiro­agricultor que, com a

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