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12 DOS SERINGUEIROS AUTÔNOMOS - Biblioteca da Floresta

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(palavra mágica) <strong>da</strong>s passagens/dos fluxos (estra<strong>da</strong>s materiais ou<br />

virtuais) que, assim, os predispõem à manutenção do statu quo. São<br />

circuitos de poder, controles e sensoreamentos remotos. São,<br />

rigorosamente, organizações do espaço.<br />

Havia um processo de transformações profun<strong>da</strong>s em curso em<br />

todo o território brasileiro nessa passagem dos anos de 1950 para<br />

1960 e destes para 1970. que des­localizava as relações de poder.<br />

Essa des­localização é, na ver<strong>da</strong>de, redefinição do significado dos<br />

lugares e, no caso do campo brasileiro, era um processo que<br />

sobretudo redefinia o poder local, aquele poder inscrito no lugar do<br />

que, talvez, o coronelismo seja o melhor exemplo na formação<br />

socioespacial brasileira. Sabemos como desde a Revolução (por<br />

cima) 18 de 1930 havia se conformado um pacto político­territorial no<br />

qual, de um lado, o Estado tornava­se o protagonista por excelência<br />

do processo de industrialização 'por substituição de importações' e,<br />

por outro lado, mantinha o poder dos grandes proprietários de terra.<br />

To<strong>da</strong>via, é imperioso que se considere, houve um deslocamento<br />

regional do peso dessas oligarquias no novo bloco de poder nacional<br />

onde, a partir desses anos 1930, passa a ser maior o peso político <strong>da</strong><br />

oligarquia do sul do país, a gaúcha, sobretudo, em relação às<br />

oligarquias nordestinas. Aliás, é nesse contexto de per<strong>da</strong> de<br />

hegemonia <strong>da</strong>s oligarquias nordestinas 19 que se inventa a região<br />

Nordeste como região­problema e passa­se a não se falar mais de<br />

nortistas como se falava até então.<br />

Figura 58 – População rural do Brasil – 1940­1991<br />

Figura 59 – População rural do Acre – 1940­1991.<br />

Como parte dessas mu<strong>da</strong>nças, e que bem configura o modo<br />

como essas transformações sociais são ao mesmo tempo geográficas,<br />

temos (1) a expansão <strong>da</strong> rede de transportes e comunicações, o rádio<br />

sobretudo nos anos 1950 e 1960, ao que se associa a televisão, nos<br />

anos setenta/ oitenta, enquanto fenômeno de massa (Ortiz, 1985),<br />

integrando, assim, material e simbolicamente, o território nacional<br />

18<br />

É famosa a frase atribuí<strong>da</strong> ao mineiro Antonio Carlos de Andra<strong>da</strong>: “façamos a revolução antes<br />

que o povo a faça”.<br />

19<br />

Assim como uma literatura de glamourização dessas mesmas oligarquias nordestinas do que,<br />

talvez, a obra de Jorge Amado seja a maior expressão.

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