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12 DOS SERINGUEIROS AUTÔNOMOS - Biblioteca da Floresta

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Enquanto isso, ao longo <strong>da</strong> BR­317, onde são melhores as<br />

condições de tráfego, as terras eram parcela<strong>da</strong>s e lotea<strong>da</strong>s, atraindo<br />

pequenos fazendeiros e pecuaristas do Paraná, São Paulo e Mato<br />

Grosso que, por sua vez, vinham com a perspectiva de se tornarem<br />

grandes fazendeiros/pecuaristas no Acre. Estes, que não têm outras<br />

opções de se deslocar, de ir e vir, já que têm de fazer seu negócio<br />

dirigindo­o eles mesmos, de corpo presente e, assim, tornar­se­ão<br />

mais persistentes (e violentos) na afirmação de suas pretensões diante<br />

<strong>da</strong> resistência dos que já ali habitavam, os seringueiros autônomos e,<br />

também, os pequenos proprietários, estes, sobretudo, em Rio Branco<br />

e Brasiléia. A família Darli Alves é disso uma expressão.<br />

Estamos assim, também, diante de uma mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong><br />

naturali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>queles que dispunham dos títulos de proprie<strong>da</strong>de,<br />

fenômeno esse regionalmente conhecido como o <strong>da</strong> chega<strong>da</strong> dos<br />

'paulistas' 36 .<br />

Figuras 65, 66, 67 e 68. (verificar a seqüência <strong>da</strong> numeração, pois<br />

muitas tabelas foram considera<strong>da</strong>s como figuras.<br />

Não há dúvi<strong>da</strong> de que to<strong>da</strong>s essas aquisições de títulos de<br />

proprie<strong>da</strong>de no Acre só se tornaram possíveis em função <strong>da</strong> crise de<br />

hegemonia <strong>da</strong>s velhas classes dominantes regionais, crise essa que,<br />

por cima, teve seus marcos na quebra de aliança com o bloco de<br />

poder nacional (1958­1967) e, por baixo, na afirmação <strong>da</strong> autonomia<br />

dos seringueiros. Crise essa que, diga­se de passagem, não se iniciara<br />

nos anos 1970. A política enseja<strong>da</strong> pelo governo Vanderley Dantas<br />

(1971­1975) procurando atrair esses investidores do sul do país, em<br />

perfeita sintonia com a política geral do regime militar para a<br />

Amazônia significou, na ver<strong>da</strong>de, deixar as instituições do Estado no<br />

Acre à mercê dos novos protagonistas. Quando se sabe (1) do 'caos<br />

fundiário' que caracteriza o Acre; (2) que aqueles que efetivamente<br />

ocupavam essas/aquelas terras, os seringueiros libertos ou<br />

autônomos; (3) que as autori<strong>da</strong>des federais não controlavam mais<br />

diretamente o aparato administrativo estadual e, portanto, os 'de<br />

36 Voltarei mais adiante a essa importante problemática que, em diferentes momentos, invade<br />

este texto.

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