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12 DOS SERINGUEIROS AUTÔNOMOS - Biblioteca da Floresta

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importância dos seringueiros Autônomos no Acre antes <strong>da</strong> chega<strong>da</strong><br />

dos próprios 'paulistas' e, também, antes <strong>da</strong> chega<strong>da</strong> <strong>da</strong>s<br />

Comuni<strong>da</strong>des Eclesiais de Base <strong>da</strong> Igreja Católica ­ as CEBs ­ ou <strong>da</strong><br />

Confederação Nacional dos Trabalhadores <strong>da</strong> Agricultura ­ a Contag.<br />

Figura 51 – Área ocupa<strong>da</strong> segundo o grupo de área e condição social<br />

do responsável – Acre – 1970.<br />

Além disso, o censo de 1970 assinala que 40% dos<br />

estabelecimentos rurais do Acre tinham menos de 100 hectares e<br />

58,5% tinham entre 100 e 1.000 hectares. Ora, o interessante aqui é<br />

que uma Colocação de seringa tem em média entre e 350 hectares<br />

nos vales do Acre­Purus e do Abunã e de 400 a 600 hectares no vale<br />

do Juruá e, assim, uma proprie<strong>da</strong>de de cerca de 1.000 hectares no<br />

Acre de 1970 comportava em média, no máximo, três colocações de<br />

seringa no vale do Acre e no Abunã, e cerca de duas colocações no<br />

vale do Juruá. O largo predomínio do grupo de estabelecimentos com<br />

100 a 1.000 hectares no Acre reforça a perspectiva de que são de<br />

seringueiros, sobretudo, de seringueiros autônomos até por que, como<br />

se viu a categoria de proprietários caiu para 17% do total.<br />

Figura 52 – Área ocupa<strong>da</strong> (ha) pelos estabelecimentos, segundo o<br />

grupo de área – Acre – 1970.<br />

Há uma geografia imaginária que faz parte <strong>da</strong> história<br />

incorpora<strong>da</strong> em ca<strong>da</strong> um de nós. Ela consagra um determinado<br />

estágio <strong>da</strong> correlação de forças políticas e simbólicas. Nessa<br />

geografia, os seringueiros eram, quando muito, ocupantes, lá no<br />

fundo <strong>da</strong>s estatísticas.Havia um silenciamento sobre suas práticas a<br />

não ser aquelas que são enquadrados como folclore dos 'tipos<br />

brasileiros', tão bem impressos na nossa memória graças à excelência<br />

do bico de pena de um Percy Lau ou <strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> objetiva­<br />

subjetiva de um Tibor Jablonsky. São, via de regra, imagens<br />

descontextualiza<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s diferentes estratégias de sobrevivência<br />

inscritas no cotidiano, no espaço vivido e de suas práticas com/contra<br />

diversificação produtiva, busca seu auto­abastecimento, primeira condição para garantir sua<br />

autonomia que, como tal, não paga ren<strong>da</strong>, condição essa explicita<strong>da</strong> no censo de 1970?? para que<br />

se caracterize um ocupante. Relembrem, como já demonstrei, que o que distingue o seringueiro<br />

liberto ou autônomo do seringueiro cativo é exatamente o pagamento <strong>da</strong> ren<strong>da</strong>. É possível, pois,<br />

afirmar que o seringueiro liberto ou autônomo é uma categoria social que se impõe, sobretudo, no<br />

vale do Acre­Purus.

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