21.04.2013 Views

12 DOS SERINGUEIROS AUTÔNOMOS - Biblioteca da Floresta

12 DOS SERINGUEIROS AUTÔNOMOS - Biblioteca da Floresta

12 DOS SERINGUEIROS AUTÔNOMOS - Biblioteca da Floresta

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Ou, ain<strong>da</strong>, quando nos diz que a mesma fazen<strong>da</strong> é<br />

'que fornece 'aviamento' para os seringueiros dos seringais<br />

Nazaré e Carmem. Para os seringueiros deste último, as ven<strong>da</strong>s são<br />

feitas a dinheiro, enquanto para os de Nazaré o 'aviamento' é feito na<br />

base <strong>da</strong> confiança.<br />

Neste último caso, o dono <strong>da</strong> fazen<strong>da</strong> São José funciona como<br />

se fosse o seringalista, recebendo em troca a borracha e a castanha<br />

que estes lhe trazem na época <strong>da</strong> safra' (Guerra, op.cit.:p. 244).<br />

Esses colonos, sobretudo os do seringal Carmem surgem,<br />

assim, como um belo exemplo de seringueiro autônomo. Ora<br />

aparecem como sendo colonos, ora como sendo seringueiros. A<br />

ambigüi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> caracterização fala por si mesma. Há um fantasma<br />

ron<strong>da</strong>ndo as fazen<strong>da</strong>s, na ver<strong>da</strong>de, seringais que, em crise, são<br />

assumidos pelos trabalhadores diretos que, como agricultore(a)s­<br />

extrativistas, procuram garantir sua auto­subsistência e, ao mesmo<br />

tempo, se manter ligados ao mercado.<br />

<strong>12</strong>.2 ­ OS <strong>SERINGUEIROS</strong> LIBERTOS, NAS ESTATÍSTICAS ...<br />

OCUPANTES<br />

As estatísticas acabam por registrar esses sem­proprie<strong>da</strong>de­<br />

legal por meio <strong>da</strong> categoria de ocupante. Categoria ausente no censo<br />

de 1920, já aparece no censo de 1940, com cerca de 14% do total dos<br />

'responsáveis pelos estabelecimentos'. Aquele movimento de fundo<br />

<strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de acreana, que caracterizamos anteriormente e expresso<br />

naqueles que, para sobreviver buscam sua autonomia, viria, pouco a<br />

pouco, emergindo até mesmo nas estatísticas oficiais que começam a<br />

reconhecê­los, muito embora com esse nome de ocupante <strong>12</strong> e se<br />

acentua com a crise que atinge os Coronéis de Barranco que começa<br />

a se delinear com o redesenho <strong>da</strong>s articulações políticas nacionais,<br />

sobretudo após 1958. A partir de então, o Acre verá emergir por to<strong>da</strong><br />

a parte aqueles que souberam conviver com a floresta praticando, ao<br />

mesmo tempo, a agricultura, a coleta, a pesca, a caça. Aqueles que<br />

promoveram o uso múltiplo dos recursos naturais e que forjaram uma<br />

territoriali<strong>da</strong>de que sur<strong>da</strong>mente foi se afirmando e consoli<strong>da</strong>ndo. Seu<br />

<strong>12</strong> Ou, então, com a ambigüi<strong>da</strong>de já posta de colonos ou aglomerado de lavradores; ou<br />

desbravadores ou colonizadores; ou invasores ou aqueles que têm posse compulsória.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!