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consigo explicar o que aconteceu. Se conseguisse perceber o que motivou tanta<br />
receptividade garanto que em cada disco repetia a fórmula (risos). Na altura, o que<br />
teve maior influência foram as crianças. A mensagem começou a passar entre os mais<br />
novos e obrigatoriamente os pais vieram a reboque. As crianças gostaram mesmo<br />
muito <strong>do</strong> Estrala a Bomba [como é conheci<strong>do</strong> no Alentejo o tema As Meninas da<br />
Ribeira <strong>do</strong> Sa<strong>do</strong>].<br />
Três álbuns e um best of na calha. Qual o balanço que fazem <strong>do</strong>s 11 anos de<br />
carreira?<br />
Têm si<strong>do</strong> anos muito positivos. Gostamos de tocar no estrangeiro deste país (risos)…<br />
basta passar as fronteiras <strong>do</strong> Alentejo e estamos no estrangeiro. Vamos muito ao Norte<br />
e somos bem recebi<strong>do</strong>s, apesar das características musicais daí serem distintas. Acho<br />
que é o nosso la<strong>do</strong> humorístico e alegre que contagia as pessoas. Vai ser uma grande<br />
honra tocar na Casa da Música, um emblema para qualquer músico.<br />
“Em 2002, com As Meninas da Ribeira <strong>do</strong> Sa<strong>do</strong>, houve um boom e, desde então,<br />
temos vivi<strong>do</strong> a ressaca dessa explosão. Foi um perío<strong>do</strong> com muitos concertos, mas<br />
felizmente temos consegui<strong>do</strong> manter um número razoável de espectáculos. E as<br />
pessoas gostam cada vez mais”<br />
Segue-me à Capela<br />
VOZES E RITUAIS NO TEMPO<br />
Sete vozes femininas cantam, à capela, clássicos da música tradicional portuguesa.<br />
Este é o ponto de partida das Segue-me à Capela, que se distinguem pelos arranjos<br />
concebi<strong>do</strong>s em torno da voz, com utilização esporádica de instrumentos de percussão<br />
como o adufe, a pandeireta, as pinhas ou as castanholas. O repertório, criteriosamente<br />
escolhi<strong>do</strong> a partir de recolhas feitas por Michel Giacometti, Alberto Sardinha e<br />
G.E.F.A.C. (Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra), reparte-se pelas<br />
canções de trabalho, de amor ou religiosas.<br />
Juntas há 10 anos, as Segue-me à Capela já marcaram presença em conceitua<strong>do</strong>s<br />
festivais de música tradicional em Portugal (Intercéltico <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, Cantigas <strong>do</strong> Maio,<br />
Sons Em Trânsito, Festival Músicas <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong> em Sines) e em Espanha (Folk Segóvia,<br />
Etnosur, Huesca Folk, Magosta Folk).<br />
Discograficamente estrearam-se em 2004, com um álbum homónimo que foi<br />
considera<strong>do</strong> pelo Blitz (então jornal) um <strong>do</strong>s melhores álbum de música portuguesa <strong>do</strong><br />
ano, com o tema Tu Gitana ainda nomea<strong>do</strong> para Melhor Canção Folk/World pela<br />
Contemporary a Cappella Society of America.<br />
Segue-me à Capela é um projecto de vozes que se des<strong>do</strong>bram para lá <strong>do</strong> canto para<br />
recriar ambientes de trabalho, romaria e alguma folia. Embora procurem reproduzir<br />
os arranjos vocais regista<strong>do</strong>s nas recolhas a partir das quais trabalham, o septeto<br />
recria-os, acrescentan<strong>do</strong>-lhes novas linhas que conferem aos temas uma imagem<br />
diferente e “modernizada” sem perder o sabor ancestral das versões originais.<br />
Para além da carreira em nome próprio, as Segue-me à Capela participaram no tema<br />
Cantiga Bailada, <strong>do</strong> álbum Ceia Louca (2006) da Brigada Victor Jara, fizeram uma<br />
versão de Estranha Forma de Vida, para o álbum de homenagem a Amália Rodrigues,<br />
A Tribute to Amália (2004), lança<strong>do</strong> pela editora holandesa World Connection e<br />
contribuíram no tema História da Marianita, <strong>do</strong> álbum A Cor da Vontade (2003) <strong>do</strong>s<br />
Quadrilha.<br />
Pela primeira vez na Casa da Música, Cristina Martins (soprano), Mila Bom<br />
(contralto), Margarida Pinheiro (contralto), Graça Rigueiro (contralto),<br />
Catarina Moura (soprano), Maria João Pinheiro (contralto) e Rita Marques (contralto)<br />
contam com a participação de um músico convida<strong>do</strong> na percussão, Jorge Queijo. Ao<br />
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