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Jul<br />
17 Sex 22:00<br />
PRAÇA| 7,5 €<br />
ORQUESTRA <strong>NA</strong>CIO<strong>NA</strong>L DO PORTO<br />
Alexander Shelley direcção musical<br />
Miki coordenação e arranjos<br />
Sam the Kid<br />
Ono<br />
NBC<br />
New Max<br />
Já imaginou a Orquestra Nacional <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> em concerto ao la<strong>do</strong> de alguns <strong>do</strong>s<br />
principais rappers portugueses? Pois é isto mesmo que vai acontecer. O encontro entre<br />
a música sinfónica e o hip-hop não se vai limitar a samples manipula<strong>do</strong>s por DJs. A<br />
música de Mahler, Chostakovitch, Stravinski ou Rimsky-Korsakov é tocada ao vivo,<br />
com a direcção <strong>do</strong> conceitua<strong>do</strong> maestro Alexander Shelley, a partir de partituras, essas<br />
sim, manipuladas pelos arranjos <strong>do</strong> alemão Miki. No palco está ainda uma banda de<br />
apoio com bateria, percussão, baixo, guitarra, tecla<strong>do</strong>s e vozes. Os solistas convida<strong>do</strong>s<br />
são bem conheci<strong>do</strong>s no panorama hip-hop português: Sam The Kid, NBC e New Max,<br />
para além <strong>do</strong> convida<strong>do</strong> internacional Ono.<br />
Miki é Mihalj Kekenj, concertino da Niederrhernische Sinfoniker e, ao mesmo tempo,<br />
destaca<strong>do</strong> produtor na área <strong>do</strong> hip-hop alemão. Em 2007 apresentou em Düssel<strong>do</strong>rf o<br />
projecto Opus1, um concerto inédito que juntou a Schumann Camerata a vários MCs.<br />
O sucesso foi enorme. Miki assume não só a coordenação <strong>do</strong> projecto e os arranjos,<br />
mas é também solista no violino e rapper. Em conversa com a Casa da Música, revelanos<br />
algumas das ideias que estão por trás deste concerto e as suas impressões sobre o<br />
hip-hop português.<br />
O que leva um violinista clássico a sentir-se atraí<strong>do</strong> pelo hip-hop?<br />
Não tem a ver com “hip-hop” ou com “música clássica”. Tem a ver com a música em si<br />
mesma. Aos <strong>do</strong>ze anos de idade arranjei a minha primeira gravação de uma banda<br />
chamada Public Enemy. Senti-me atraí<strong>do</strong> por aquela música de imediato. Tinha tanto<br />
poder, energia e aspereza. Era exactamente o que precisava naquele momento como<br />
um rapaz que andava no seu skate. Então a minha “segunda vida” começou a<br />
desenvolver-se. De um la<strong>do</strong> tinha a minha formação musical, <strong>do</strong> outro a prancha de<br />
skate e os Public Enemy. Perdi a habilidade para o skate, mas nunca perdi de vista a<br />
música hip-hop.<br />
Sen<strong>do</strong> um músico da área clássica que é também produtor de hip-hop, já<br />
tinha certamente procura<strong>do</strong> o cruzamento destas linguagens. Como<br />
decidiu criar este concerto com uma orquestra sinfónica?<br />
Na verdade, ao longo <strong>do</strong>s primeiros anos como produtor tentei sempre manter as<br />
coisas separadas. Era um violinista clássico e era um produtor/rapper hip-hop. Eram<br />
coisas totalmente diferentes na altura. Achava que o violino não era suficientemente<br />
“cool” para participar. Sabe como são os miú<strong>do</strong>s (eu tinha 15 anos quan<strong>do</strong> comecei a<br />
produzir). Mas, claro, fui usan<strong>do</strong> o violino cada vez mais para criar os meus samples,<br />
porque nunca gostei muito de samplar outras gravações. Então um dia (há cerca de 4<br />
anos) pensei comigo mesmo: Porque não fazer simplesmente aquilo que sei? Produzir<br />
faixas de hip-hop e tocar violino? Foi assim que nasceu a ideia para o meu Opus1.<br />
O concerto foi estrea<strong>do</strong> em Düssel<strong>do</strong>rf há <strong>do</strong>is anos. Houve entretanto<br />
mais apresentações?<br />
Tive três concertos muito agradáveis desde essa altura. Um ponto alto foi um concerto<br />
em Berlim, onde tive a oportunidade de tocar com lendas urbanas como os Beatnuts.<br />
Foram uma espécie de í<strong>do</strong>los hip-hop nos anos 90.<br />
6/6/<strong>09</strong> 64