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VERÃO NA CASA 09 - Universidade do Porto

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para ser acompanha<strong>do</strong>, e não um outro guitarrista. E ele respondia-me que o pai, o<br />

grande António Parreira, já lhe tinha dito o mesmo. Partilhámos algumas vezes o palco<br />

e hoje é a pessoa com quem mais me identifico, portanto a direcção musical deste<br />

disco só podia ser entregue a ele. O Ricar<strong>do</strong> é altamente competente e tem uma<br />

sensibilidade acima da média”.<br />

ANTÓNIO ZAMBUJO<br />

Para além de Outro Senti<strong>do</strong>, António Zambujo antecipa temas <strong>do</strong> próximo<br />

álbum<br />

“A MÚSICA TEM DE SER TRANSFORMADA SENÃO ACABA POR<br />

MORRER”<br />

“O que se ouve em Zambujo é algo que vai mais fun<strong>do</strong>. É um jovem cantor de fa<strong>do</strong> que,<br />

intensifican<strong>do</strong> mais a tradição <strong>do</strong> que muitos de seus contemporâneos, faz pensar em<br />

João Gilberto e em tu<strong>do</strong> o que veio à música brasileira por causa dele”, escreve<br />

Caetano Veloso no seu blog Obra em Progresso<br />

(www.obraemprogresso.com.br/tag/antonio-zambujo/). E continua: “Ouvir o CD <strong>do</strong><br />

António Zambujo prendeu-me à necessidade de ouvir de novo, de novo e de novo. É a<br />

língua portuguesa. É a história <strong>do</strong> fa<strong>do</strong>. É o facto de eu ter sempre só gosta<strong>do</strong> de<br />

cantoras de fa<strong>do</strong>, nunca verdadeiramente de cantores”. Um post escrito de manhã bem<br />

ce<strong>do</strong>, no final de Outubro <strong>do</strong> ano passa<strong>do</strong>, depois de uma noite pouco descansada e<br />

antes <strong>do</strong> filho a<strong>do</strong>lescente ir para a escola, que despertou a atenção de ainda mais<br />

brasileiros para António Zambujo. “Admiro os fadistas homens, mas nunca cheguei a<br />

amar-lhes o canto. Fa<strong>do</strong> para mim era canta<strong>do</strong> por mulher. Desde Ester de Abreu, da<br />

minha infância, até Mariza: mulheres, sempre mulheres. Não é que o Zambujo me<br />

pegou de jeito? Há nele <strong>do</strong>is elementos que – para além <strong>do</strong> prazer imediato de se ouvir<br />

uma voz naturalmente musical e relaxada – compõem para mim um grande passo:<br />

que seja um homem a cantar fa<strong>do</strong> tão lindamente – e que o diálogo com a música<br />

brasileira se apresente tão orgânico, já não-pensa<strong>do</strong>, já resultante de forças históricas<br />

que se vêm expandin<strong>do</strong> há décadas”, expõe recordan<strong>do</strong> referências da música<br />

portuguesa e mostran<strong>do</strong>-se familiariza<strong>do</strong> com Maria da Fé, Argentina Santos, Mísia,<br />

Teresa Salgueiro e Dulce Pontes. Entre os cerca de 300 comentários ao post de<br />

Caetano Veloso, pode ler-se que a música de António Zambujo é “um acha<strong>do</strong> para<br />

orelhas” e há quem defina Outro Senti<strong>do</strong> como “disco apaixonante”.<br />

Paralelamente na Europa, mais propriamente em França, Outro Senti<strong>do</strong> ocupa o<br />

terceiro lugar de vendas da Fnac Paris e é considera<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s 10 melhores de 2008<br />

pelo jornal de referência Libération. Um pouco mais acima, em Inglaterra, o terceiro<br />

álbum de António Zambujo foi distingui<strong>do</strong> como um <strong>do</strong>s melhores na world music no<br />

«Top of The World Album» da revista SongLines.<br />

Por cá, continuam as raízes deste jovem fadista de 33 anos. Natural de Beja, Alentejo,<br />

António Zambujo começou a estudar clarinete na Academia de Beja com oito anos e<br />

rapidamente se juntou a um grupo de cantares. Apaixonou-se ce<strong>do</strong> pelo fa<strong>do</strong> de<br />

Amália Rodrigues, Maria Teresa de Noronha, Alfre<strong>do</strong> Marceneiro, João Ferreira Rosa,<br />

Max, entre outros. Cantava entre família e amigos e aos dezasseis anos ganhou um<br />

concurso de fa<strong>do</strong> local.<br />

Finaliza<strong>do</strong>s os estu<strong>do</strong>s de clarinete, mu<strong>do</strong>u-se para Lisboa. Mário Pacheco,<br />

reconheci<strong>do</strong> intérprete e compositor de guitarra portuguesa, incluiu-o no elenco <strong>do</strong><br />

seu prestigioso Clube <strong>do</strong> Fa<strong>do</strong>, no bairro de Alfama. Pouco depois, realizou os testes<br />

para o musical Amália, dirigi<strong>do</strong> por Filipe La Féria, onde interpretou o papel de<br />

Francisco Cruz, o primeiro mari<strong>do</strong> de Amália. A obra esteve em cartaz durante quatro<br />

anos em Lisboa, para depois percorrer o país. Com este papel, António Zambujo<br />

obteve um grande carinho por parte <strong>do</strong> público, além de adquirir larga experiência e<br />

disciplina.<br />

6/6/<strong>09</strong> 47

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