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RE<strong>NA</strong>TA ROSA<br />
Cantora brasileira faz pausa na tour por França para se estrear ao vivo em<br />
Portugal<br />
RE<strong>NA</strong>TA ROSA TRAZ SONS E TONS NORDESTINOS<br />
Representante da nova geração de cantadeiras e compositoras de Pernambuco, para<br />
onde se mu<strong>do</strong>u há nove anos, Renata Rosa vive mergulhada no contexto poético<br />
musical da Zona da Mata Norte Pernanbucana e <strong>do</strong> Baixo São Francisco Alagoano.<br />
Entre os sinuosos cantos caboclos <strong>do</strong> catolicismo popular, <strong>do</strong> samba de coco, <strong>do</strong>s<br />
rojões de roça, das polifonias vocais indígenas, das brincadeiras de maracatu-rural e<br />
<strong>do</strong> cavalo-marinho, a cantora-compositora-actriz tem vin<strong>do</strong> a desenvolver um<br />
trabalho notável com músicos <strong>do</strong> interior e da capital de Pernambuco. E o que<br />
encontramos no álbum de estreia, Zuni<strong>do</strong> da Mata (2003), é disso um bom exemplo.<br />
Consagra<strong>do</strong> na Europa, este registo valeu a Renata Rosa o prémio Choc de L’Année<br />
(Melhor Disco <strong>do</strong> Ano), concedi<strong>do</strong> pela revista mensal Le Monde de la Musique, em<br />
2004. Foi a primeira vez na história <strong>do</strong> Brasil que um CD de um artista brasileiro<br />
recebeu o mais importante prémio da world music em França.<br />
Natural de Brás, em São Paulo, mas com alma nordestina, a sua voz tem uma relação<br />
directa com as vozes femininas das muitas tradições da região de Pernambuco,<br />
especialmente o coco, o que faz dela uma das mais peculiares cantoras <strong>do</strong> momento.<br />
Além de cantar, toca rabeca (o violino rural brasileiro) e percussão e em Zuni<strong>do</strong> da<br />
Mata apresenta um repertório de canções resultante da pesquisa de cultura<br />
tradicional de Alagoas e Pernambuco que tanto a fascina.<br />
Com bastantes segui<strong>do</strong>res em França e Inglaterra, o espectáculo de Renata Rosa foi<br />
alvo de um programa da BBC inglesa. No Brasil, foi convidada para ser a protagonista<br />
da mini-série A Pedra <strong>do</strong> Reino, de Luiz Fernan<strong>do</strong> Carvalho (TV Globo, 2007), para a<br />
qual também compôs e dirigiu os coros. Um projecto que teve bastante influência na<br />
preparação <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> álbum da cantora, Manto <strong>do</strong>s Sonhos. Seduzida pela<br />
personagem Maria Safira, na versão global da obra de Ariano Suassuna, Renata Rosa<br />
afirmou que foi um projecto “algo denso, que me transformou”.<br />
Manto <strong>do</strong>s Sonhos contou com produção de António Pinto (produtor e autor das<br />
bandas sonoras de Central <strong>do</strong> Brasil, Cidade de Deus, Abril Despedaça<strong>do</strong>, Amor nos<br />
Tempos de Cólera) e direcção musical da própria.<br />
Na estreia em Portugal, a convite da Casa da Música, Renata Rosa vai fazer-se<br />
acompanhar por Pepê (viola nordestina, violão de sete cordas e ban<strong>do</strong>la), Lucas <strong>do</strong>s<br />
Prazeres, Ana Araújo (percussão) e Hugo Linns (baixo).<br />
Para além <strong>do</strong> Nordeste brasileiro, a cantora é influenciada pela música indiana, árabe,<br />
ibérica, cigana e indígena. Refira-se que Renata Rosa é das poucas mulheres a tocar<br />
rabeca, instrumento que aprendeu com o mestre Luís Paixão em 1998, e pelo qual se<br />
apaixonou aos 17 anos, quan<strong>do</strong> começou a conviver e desvendar alguns <strong>do</strong>s segre<strong>do</strong>s<br />
<strong>do</strong>s índios da tribo Kariri-Xocó.<br />
Esta bela cantora incorporou os ritmos populares para criar um novo som, que<br />
passa a energia <strong>do</strong> transe e que conserva uma incrível força de comunhão festiva –<br />
in Le Monde<br />
Jul<br />
23 Qui 22:00<br />
SALA SUGGIA | 10 €<br />
Festival Uma Casa Portuguesa<br />
RICARDO PARREIRA<br />
ANTÓNIO ZAMBUJO<br />
6/6/<strong>09</strong> 45