You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Talvez por isso, ainda, tenham convida<strong>do</strong> Andy Torrence (guitarra), Hugo Novo<br />
(tecla<strong>do</strong>s) e Rui Lacerda (bateria) para se juntaram a eles ao vivo, forman<strong>do</strong> uma<br />
banda coesa e funcional. Músicos da nova geração, com outras influências e que, como<br />
grande parte de nós, cresceram a ouvir os GNR.<br />
Paralelamente, o trio editou uma colectânea, em jeito de best of, que deixa em aberto o<br />
futuro, não se chamasse Continuação – o Melhor <strong>do</strong>s GNR Vol. 3, e que conta com<br />
<strong>do</strong>is inéditos: Continuação e Quero Que Tu<strong>do</strong> Vá Para o Inferno, original de Roberto<br />
Carlos.<br />
O espectáculo na Casa da Música será festivo, como explica Rui Reininho em<br />
entrevista. Enquanto não chega o sucessor de Lago <strong>do</strong>s Cisnes (2002), o último de<br />
originais, previsto para o final deste ano, os GNR recuperam o vasto e rico repertório<br />
que tem vin<strong>do</strong> a marcar a história <strong>do</strong> rock português.<br />
Coube aos GNR animar a noite de S. João na Praça da Casa da Música. Um<br />
palco por onde passam, a 23 de Junho, muitos <strong>do</strong>s entusiastas que<br />
durante a noite mais longa <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> deambulam da Ribeira até à Foz. O<br />
que estão a preparar para este concerto?<br />
Sem dúvida que será um concerto festivo! É, por tradição, uma noite fantástica no<br />
<strong>Porto</strong>. Curiosamente, há alguns anos era perigosíssimo fazer um concerto no S. João.<br />
Lembro-me de, nos anos 80, chegarem a tentar algo <strong>do</strong> género, mas de ter si<strong>do</strong> sempre<br />
um flop porque as pessoas querem andar de um la<strong>do</strong> para o outro na rua. Com o<br />
passar <strong>do</strong> tempo as coisas foram mudan<strong>do</strong> e agora há verdadeiros percursos de<br />
animação por toda a cidade a que o público já se habituou. Acho óptimo!<br />
E o Rui, como portuense, gosta da noite de S. João?<br />
Claro que sim! Mas não vou para a baixa sujeitar-me a levar umas cacetadas. Desde<br />
miú<strong>do</strong> que vejo o S. João como uma noite solsticial, de festa na cidade. Quan<strong>do</strong> era<br />
moço, esta era a noite mais esperada porque podíamos ficar na rua até mais tarde.<br />
Digamos que era o único dia que tínhamos para nos divertir pela noite dentro. Por isso<br />
será, com certeza, um espectáculo festivo. Vamos recuperar os temas mais<br />
comemorativos <strong>do</strong> nosso repertório. Sabemos que o público dessa noite tem outras<br />
exigências. É uma noite que tem, à partida, de ser divertida. Mas não nos sentimos<br />
obriga<strong>do</strong>s a optar pelos chama<strong>do</strong>s “imperdíveis” e “imprescindíveis” porque é uma<br />
carga que não reconheço às nossas canções.<br />
O último disco <strong>do</strong>s GNR saiu em 2006 e marcou os 25 anos de carreira da<br />
banda. Uma reunião <strong>do</strong>s melhores temas e alguns nunca antes edita<strong>do</strong>s.<br />
No entanto, já se passaram sete anos sobre a edição <strong>do</strong> último registo de<br />
originais, Lago <strong>do</strong>s Cisnes. Para quan<strong>do</strong> está previsto um novo álbum?<br />
Eventualmente, no final deste ano. Precisamos de arranjar espaço para fazer as coisas<br />
com calma. Estamos sem editora e ainda não sentimos necessidade de assinar novo<br />
contrato. É engraçada a ideia de fazermos nós o disco e, quem sabe, no final<br />
procurarmos uma distribui<strong>do</strong>ra. Depois de tantos anos liga<strong>do</strong>s a editoras, está na<br />
altura de invertermos os papéis. É bom que o público que nos ouve tenha a noção de<br />
que as editoras, ao ficarem com o repertório das bandas, podem transformar os seus<br />
artistas em escravos durante vários anos. Por exemplo, apesar de já termos saí<strong>do</strong> da<br />
EMI, eles continuam a dispor das nossas músicas conhecidas e apesar de já não haver<br />
um elo de ligação entre as partes, a verdade é que eles têm direitos sobre os temas. Ou<br />
seja, as músicas nunca são <strong>do</strong>s seus autores na totalidade.<br />
Então o próximo disco <strong>do</strong>s GNR sairá em edição de autor?<br />
Para já está tu<strong>do</strong> em aberto. Será um assunto que teremos de abordar quan<strong>do</strong><br />
começarmos a trabalhar no novo disco. Por exemplo, quan<strong>do</strong> estava a gravar o meu<br />
disco Companhia das Índias, que as pessoas dizem que é a solo, a minha intenção era<br />
editar por mim mas acabei por não resistir à vertigem da Sony/BMG. Isto aconteceu<br />
6/6/<strong>09</strong> 4