You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
BEATBOX, DUAS FLAUTAS<br />
E UM VIOLINO<br />
Arte urbana de atitude hip-hop, o beatbox anda na boca de cada vez mais gente. Em<br />
Novembro passa<strong>do</strong> foi objecto de um workshop na Casa da Música e aí começou a<br />
formar-se o Beatbox Ensemble que integra este Sonópolis. Orienta<strong>do</strong> por Jorge<br />
Queijo, o grupo tem um padrinho e conselheiro de peso: Hobbit, estrela internacional<br />
<strong>do</strong> beatbox, que participou em várias sessões de trabalho e se associa ao espectáculo<br />
na Praça.<br />
No conjunto são mais de vinte jovens, rapazes e raparigas, com vivências e<br />
sensibilidades bastante diferentes. Do <strong>Porto</strong> chegam directamente das ruas <strong>do</strong>s bairros<br />
<strong>do</strong> Cerco ou <strong>do</strong> Aleixo, mas também de escolas de música. Vários deslocam-se de<br />
Braga, Gon<strong>do</strong>mar e outras cidades. Desta bendita multiplicidade faz-se um ensemble<br />
que pretende promover uma arte mais difícil <strong>do</strong> que parece, que vive <strong>do</strong> show colectivo<br />
e também da performance individual (em <strong>do</strong>se certa e numa disputa de amigos,<br />
aplaude-se a exibição de cada intérprete).<br />
O grupo apresenta em Sonópolis um trabalho marcadamente performativo e uniões<br />
inesperadas graças a outros atributos musicais de alguns <strong>do</strong>s seus elementos – se a<br />
inclusão da palavra por uma rapper é até natural, mais curioso será ver a conjugação<br />
neste registo <strong>do</strong> som de duas flautas e um violino...<br />
Determina<strong>do</strong> em fazer carreira, o ensemble quer contribuir, com repertório próprio,<br />
para a divulgação desta técnica exigente de recriação com a boca de instrumentos e<br />
ritmos eléctricos ou acústicos. Como diz Jorge Queijo, to<strong>do</strong>s podem imitar um som,<br />
“difícil é fazê-lo na perfeição”.<br />
Do <strong>Porto</strong> chegam directamente das ruas <strong>do</strong>s bairros <strong>do</strong> Cerco ou <strong>do</strong> Aleixo, mas<br />
também de escolas de música. Vários deslocam-se de Braga, Gon<strong>do</strong>mar e outras<br />
cidades. Desta bendita multiplicidade faz-se um ensemble que pretende promover<br />
uma arte mais difícil <strong>do</strong> que parece (…).<br />
CRASSH OU A TENTAÇÃO<br />
DE PERCUTIR<br />
Vêm de Aveiro, têm uma energia danada para percutir e a onomatopeia assenta-lhes<br />
bem: os Crassh fazem música com objectos <strong>do</strong> quotidiano e, como se costuma dizer,<br />
partem a loiça em espectáculos marca<strong>do</strong>s pelo movimento e a comédia visual.<br />
Vassouras, revistas, latas, caixas de fósforos ou baldes, além <strong>do</strong> corpo, ganham outra<br />
vida em performances com uma forte componente cénica e teatral.<br />
O que começou por ser um méto<strong>do</strong> de ensino formula<strong>do</strong> por Bruno Estima, com o<br />
intuito de motivar os seus alunos de percussão, depressa se transformou num projecto<br />
artístico – os Crassh autonomizaram-se em 2008 e desde então não pararam; têm<br />
uma agenda crescente de espectáculos e uma logística cada vez mais profissional.<br />
Surpreendente, sobretu<strong>do</strong> ao saber-se que os seus treze elementos têm entre 12 e 20<br />
anos. No Sonópolis o grupo apresenta-se alarga<strong>do</strong>, acolhen<strong>do</strong> alguns <strong>do</strong>s Green Level<br />
(alunos de Percussão e sub-12 <strong>do</strong>s Crassh).<br />
Esta é a segunda participação de Bruno Estima no Sonópolis: em 2008 foi forman<strong>do</strong><br />
no Curso de Anima<strong>do</strong>res Musicais, agora regressa como funda<strong>do</strong>r e elemento de um<br />
grupo convida<strong>do</strong>. Na Casa da Música os Crassh prometem esbanjar energia e<br />
envolverem-se com o público. Tal como fariam os STOMP?, pergunta-se. A provocação<br />
não belisca o músico; admite que é inevitável a comparação e usa-a até por<br />
6/6/<strong>09</strong> 8