You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
“SER FADISTA É CONSEGUIR TRANSMITIR SENTIMENTOS”<br />
Nasci<strong>do</strong> e cria<strong>do</strong> no seio de uma família tradicional, Hélder Moutinho ce<strong>do</strong> sentiu o<br />
apelo <strong>do</strong> fa<strong>do</strong> e, apesar de outras músicas o terem cativa<strong>do</strong> na a<strong>do</strong>lescência,<br />
rapidamente percebeu que seria nas casas de fa<strong>do</strong> que iria formar a sua identidade<br />
musical. Discreto, o irmão de Camané e Pedro Moutinho tem, no fa<strong>do</strong>, um papel<br />
interventivo, mais <strong>do</strong> que qualquer outro fadista. Paralelamente à sua carreira em<br />
nome próprio, com cada vez mais provas dadas, Hélder Moutinho dedicada parte <strong>do</strong><br />
seu tempo à HM Música, uma agência e editora que fun<strong>do</strong>u em 1997 para promover a<br />
música popular portuguesa e a world music e cujo catálogo conta com Joana<br />
Amen<strong>do</strong>eira, Argentina Santos, Ricar<strong>do</strong> Parreira, Pedro Jóia ou Virgínia Rodrigues,<br />
entre outros.<br />
Dez anos volvi<strong>do</strong>s sobre a edição <strong>do</strong> seu álbum de estreia, Sete Fa<strong>do</strong>s e Alguns Cantos,<br />
e seis <strong>do</strong> premia<strong>do</strong> Luz de Lisboa (Prémio Amália Rodrigues 2005), Hélder Moutinho<br />
está de regresso aos originais com Que Fa<strong>do</strong> É Este Que Trago que teremos<br />
oportunidade de ouvir na Casa da Música. Uma viagem imaginária ao mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> fa<strong>do</strong><br />
que conta com a assinatura <strong>do</strong> fadista na maioria das letras das canções e ainda na<br />
composição da música para um poema de David Mourão-Ferreira.<br />
Paralelamente aos álbuns originais, o fadista estreou em 2006 Maldito Fa<strong>do</strong> e <strong>do</strong>is<br />
anos depois reconhece a influência que este espectáculo teve na sua carreira.<br />
Confronta<strong>do</strong> com a própria versatilidade, explica o desafio de cruzar o passa<strong>do</strong> com o<br />
presente, perspectivan<strong>do</strong> o futuro. Sem hesitar, assume como objectivo a divulgação<br />
<strong>do</strong> fa<strong>do</strong> e da sua cultura. Talvez por isso se preocupe em dar oportunidade à nova<br />
geração de compositores, autores e músicos.<br />
Acompanha<strong>do</strong> por Marco Oliveira (viola de fa<strong>do</strong>), Ricar<strong>do</strong> Parreira (guitarra<br />
portuguesa) e Nan<strong>do</strong> Araújo “Yami” (baixo acústico), a quem se juntam os músicos<br />
convida<strong>do</strong>s Pedro Santos (acordeão) e Quiné (percussões), o fadista vai apresentar, no<br />
ciclo Uma Casa Portuguesa, Que Fa<strong>do</strong> É Este Que Trago.<br />
Prontos para uma viagem imaginária ao mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> fa<strong>do</strong>? – É este o convite de Hélder<br />
Moutinho!<br />
Regressa à Casa da Música para um concerto integra<strong>do</strong> no ciclo Uma Casa<br />
Portuguesa e na bagagem traz o seu mais recente trabalho, Que Fa<strong>do</strong> É<br />
Este Que Trago. O que podemos esperar deste espectáculo?<br />
Vou convidar-vos a fazer uma viagem imaginária por uma cidade, um destino que cada<br />
um poderá escolher. Nessa cidade existe uma série de pequenas histórias, sentimentos<br />
e emoções tal como no próprio fa<strong>do</strong>, que se transformam num pequeno roteiro de uma<br />
viagem.<br />
E vocês, músicos, são os guias dessa viagem?<br />
Cada um de nós tem um papel muito importante no decorrer <strong>do</strong> espectáculo, por<br />
variadíssimas razões. Por exemplo, há um momento em que o guitarrista faz um<br />
percurso onde se conta a história <strong>do</strong> fa<strong>do</strong> tradicional, onde recupera vários tipos de<br />
acompanhamento de mouraria que os grandes guitarristas <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> fizeram como o<br />
Carvalhinho, José Nunes, Jaime Santos ou até mesmo o Armandinho fizeram. Antes<br />
de cantar eu explico a nossa intenção e as pessoas acabam por perceber que há<br />
diferentes formas de tocar, da mais antiga à mais moderna. Ao mesmo tempo, recor<strong>do</strong><br />
a forma como os poetas populares escreviam na altura. Durante os meus espectáculos<br />
gosto de falar sobre os construtores <strong>do</strong> fa<strong>do</strong> e tenho de ver como poderei encaixar <strong>do</strong>is<br />
ou três construtores <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />
Quem são para si os construtores <strong>do</strong> fa<strong>do</strong> naturais <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>?<br />
Um <strong>do</strong>s grandes poetas de sempre é o Pedro Homem de Melo, e é incontornável falar<br />
dele num ano em que se recorda Amália Rodrigues. Há também o Alberto Janes… E<br />
6/6/<strong>09</strong> 55