20.06.2013 Views

VERÃO NA CASA 09 - Universidade do Porto

VERÃO NA CASA 09 - Universidade do Porto

VERÃO NA CASA 09 - Universidade do Porto

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

espectáculo de Julho, que é o que estamos a antecipar, elegemos como prioridade a<br />

música portuguesa. Desafiamos jovens compositores a escreverem para banda<br />

sinfónica e, com isto, pretendemos promovê-los dan<strong>do</strong>-lhes uma oportunidade de se<br />

mostrarem nacional e internacionalmente. Nos últimos cinco anos, os nossos<br />

concertos basearam-se, essencialmente, em obras estrangeiras e não é por falta de<br />

vontade de interpretar autores nacionais. Em Portugal existe a tradição das bandas<br />

filarmónicas, cujo repertório não podemos adaptar à nossa formação. Antigamente as<br />

bandas filarmónicas, por exemplo, não tinham oboés ou trompas de harmonia. Eram<br />

bandas que viviam essencialmente <strong>do</strong>s trompetes, <strong>do</strong>s saxofones, <strong>do</strong>s trombones, das<br />

tubas e da percussão. Algo extremamente reduzi<strong>do</strong>…<br />

Formaram-se no final de 2004. Como tem visto a evolução da Banda<br />

Sinfónica Portuguesa nestes cinco anos?<br />

Notamos que o leque de instrumentistas tem aumenta<strong>do</strong>, principalmente, nos sopros e<br />

na percussão. Temos músicos de nível extraordinário que não ficam nada a dever aos<br />

estrangeiros. Por exemplo, nos últimos concursos da Orquestra Nacional <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

para requisição de músicos, os lugares para sopros foram to<strong>do</strong>s ocupa<strong>do</strong>s por músicos<br />

portugueses. E muitos da zona Norte. Infelizmente, em Portugal, temos poucas<br />

orquestras para a quantidade de bons músicos que existem. E é pena que não existam<br />

mais orquestras. As pessoas que participam no projecto da Banda Sinfónica fazem-no<br />

de alma e coração, porque as oportunidades que temos são muito poucas.<br />

O trabalho de formação que têm vin<strong>do</strong> a desenvolver também é muito<br />

importante.<br />

Temos todas as condições para termos músicos de excelência em Portugal.<br />

Recentemente convidámos <strong>do</strong>is maestros de reputação internacional – o inglês<br />

Douglas Bostock, que dirige a conceituada orquestra Tokyo Kosey Wind e o holandês<br />

Jan Cober – e eles ficaram estupefactos com a qualidade e profissionalismo <strong>do</strong>s nossos<br />

músicos. Disseram-nos que éramos um projecto com nível internacional. E não tenho<br />

dúvidas disso.<br />

Para além de maestro também é diploma<strong>do</strong> em saxofone. Em que posição<br />

se sente melhor?<br />

Já dirijo há muitos anos e tenho-me dedica<strong>do</strong> muito mais desde que peguei no<br />

projecto da BSP. Sinto-me realiza<strong>do</strong> com os concertos que temos feito pelo país, assim<br />

como quan<strong>do</strong> toco ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong>s meus colegas, na banda. Obviamente que to<strong>do</strong>s nós<br />

gostaríamos de tocar mais e fazer mais concertos a solo, mas em Portugal não é<br />

possível a toda a gente sobreviver só <strong>do</strong>s concertos. A maior parte tem de dar aulas e<br />

eu também o faço com muito prazer no Conservatório de Música <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, na Escola<br />

Profissional de Espinho e na Academia de Música de Costa Cabral. Mas é provável que<br />

passe a dedicar-me cada vez mais à BSP.<br />

Em cinco anos de existência quais têm si<strong>do</strong> as principais dificuldades que<br />

este projecto, único em Portugal, tem enfrenta<strong>do</strong>?<br />

Se quisermos tornar a nossa actividade mais profissional temos de fazer um trabalho<br />

mais regular, semanal. Poder ter músicos a dedicarem parte <strong>do</strong> seu trabalho à BSP<br />

exige um orçamento eleva<strong>do</strong>. Somos cerca de 60 músicos actualmente. O apoio da<br />

Casa da Música tem si<strong>do</strong> importantíssimo, é um palco bastante privilegia<strong>do</strong> para nos<br />

mostrarmos. Mas temos uma grande lacuna e estamos à espera <strong>do</strong> apoio da Câmara<br />

Municipal <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> porque precisamos de um espaço para podermos trabalhar com<br />

regularidade. Esse trabalho tem aconteci<strong>do</strong> essencialmente na Casa da Música, mas<br />

nem sempre é fácil porque eles têm os espaços ocupa<strong>do</strong>s com os seus projectos. A ver<br />

se dia 01 de Janeiro de 2010 podemos festejar o 5.º aniversário da BSP com a<br />

inauguração <strong>do</strong> deseja<strong>do</strong> espaço… Prometi<strong>do</strong> para esse dia fica já a apresentação de<br />

6/6/<strong>09</strong> 43

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!