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VERÃO NA CASA 09 - Universidade do Porto

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pedin<strong>do</strong>-lhe que acrescentasse duas cordas ao ban<strong>do</strong>lim convencional, num total de<br />

10. O resulta<strong>do</strong> foi o seu instrumento de eleição, aquele que melhor veicula as suas<br />

ideias musicais. Como descreve o músico, “o timbre é mais grave, mais aveluda<strong>do</strong>, faz<br />

carinho no ouvi<strong>do</strong> da plateia, <strong>do</strong> ouvinte e <strong>do</strong> músico. Com essas duas cordas a mais,<br />

posso praticar a polifonia com mais eficiência, posso tocar melodia, acordes e ritmo ao<br />

mesmo tempo. Tenho a sensação de que as ideias de improvisação e harmonia ficam<br />

mais claras”.<br />

Hamilton de Holanda foi por diversas vezes condecora<strong>do</strong> com prémios e distinções,<br />

tanto individualmente enquanto instrumentista como com o seu quinteto. Em 2001, o<br />

ban<strong>do</strong>linista conquistou por unanimidade o Prémio Icatu-Hartford de Artes como o<br />

melhor instrumentista <strong>do</strong> Brasil. Esta distinção permitiu-lhe receber uma bolsa e uma<br />

hospedagem especial na Cité International des Arts, em Paris, durante 1 ano. Esta foi<br />

uma fase de extrema importância para Hamilton, que lhe permitiu não só um grande<br />

crescimento pessoal como também um considerável aperfeiçoamento musical,<br />

nomeadamente da técnica <strong>do</strong> ban<strong>do</strong>lim de 10 cordas. Desde então, os seus<br />

espectáculos na Europa continuam a aumentar e a sua relação com o Velho Continente<br />

não pára de se intensificar. Como o próprio afirma, “Hoje não vivo sem a Europa. É<br />

minha segunda casa. E a França é o meu segun<strong>do</strong> país”.<br />

A produção discográfica de Hamilton diz muito <strong>do</strong> seu talento e pioneirismo. 1 byte 10<br />

strings (2005), por exemplo, é o primeiro álbum a solo de ban<strong>do</strong>lim de 10 cordas<br />

alguma vez regista<strong>do</strong>, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> distingui<strong>do</strong> com o prémio Choc, atribuí<strong>do</strong> pela<br />

revista Le Monde de la Musique. Brasilianos (2007), já com o quinteto, foi nomea<strong>do</strong><br />

para o Grammy Latino para Melhor Disco Instrumental.<br />

O quinteto Hamilton de Holanda, grupo de maturidade <strong>do</strong> ban<strong>do</strong>linista, revela<br />

singular cumplicidade e um virtuosismo notável. Hamilton descreve-o como um grupo<br />

muito original pela formação instrumental que tem (ban<strong>do</strong>lim, harmónica, guitarra,<br />

baixo e bateria), o único grupo no mun<strong>do</strong> com essa sonoridade. Diz-nos o músico<br />

brasileiro: “Os cinco músicos são solistas, com um virtuosismo direcciona<strong>do</strong> para se<br />

fazer música e não o contrário. Já tocamos juntos há um bom tempo, o que nos dá<br />

uma intimidade que permite chegar a um ponto de emoção muito forte. E o mais<br />

importante, o incansável ímpeto de sempre dar o máximo para tocar bonito, de<br />

emocionar quem nos ouve, de falar com o divino”.<br />

Hamilton de Holanda tocou já em Portugal em três ocasiões, duas com o seu quinteto<br />

(Matosinhos e Sines) e uma vez no Rock in Rio 2003, em Lisboa, integra<strong>do</strong> no grupo<br />

Curupira. Desta vez, o ban<strong>do</strong>linista apresenta-se com o seu quinteto para apresentar a<br />

música de Brasilianos 2, último registo da banda. O disco é constituí<strong>do</strong> por<br />

composições de Hamilton nos últimos <strong>do</strong>is anos, interpretadas de forma diferente em<br />

cada local de concerto: aliás, segun<strong>do</strong> o músico, neste concerto no <strong>Porto</strong> o público<br />

português pode até esperar ouvir algum fa<strong>do</strong>, na interpretação particular de Hamilton.<br />

Ten<strong>do</strong> em conta as semelhanças entre a guitarra portuguesa e o ban<strong>do</strong>lim <strong>do</strong><br />

brasileiro, o resulta<strong>do</strong> será certamente interessante.<br />

Quanto à perspectiva de tocar de novo em Portugal, e em particular na Casa da<br />

Música, Hamilton diz o seguinte: “Os concertos em Portugal são sempre memoráveis.<br />

Nunca é demais dizer da relação familiar que temos. E isso fica evidente na hora de<br />

fazer um show. A vontade de tocar aumenta, sinto uma cumplicidade <strong>do</strong> público.<br />

Parece que estão vibran<strong>do</strong> como num jogo de futebol, cada música ou cada solo é um<br />

golo comemora<strong>do</strong> de maneira emocionante. Quan<strong>do</strong> estive em Matosinhos, tive a<br />

oportunidade de passar em frente à Casa da Música e fiquei impressiona<strong>do</strong>. Dá<br />

orgulho ver o respeito como a música é tratada nesse templo <strong>do</strong>s sons. Espero passar<br />

uma grande noite por aí!”<br />

6/6/<strong>09</strong> 36

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