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Exactamente! Por vezes é complica<strong>do</strong> lidar com isso porque os puristas querem fechar<br />
o fa<strong>do</strong> que se fez nos anos 50 num cofre onde ninguém pode mexer. O que é<br />
impensável. A música tem de ser transformada, senão acaba por morrer. Convém<br />
lembrar que os cantores que eles i<strong>do</strong>latram agora, a Amália Rodrigues e o Alfre<strong>do</strong><br />
Marceneiro, também foram revolucionários no seu tempo. Eles mudaram o que já<br />
existia. Portanto o que eles fizeram na altura é o que nós estamos a fazer agora.<br />
Seis anos depois da sua estreia em disco, quan<strong>do</strong> olha para trás, qual o<br />
balanço que faz?<br />
Vejo que as coisas aconteceram porque tinham que acontecer. Não sou sau<strong>do</strong>sista,<br />
nem gosto de olhar para trás para ver o que já foi feito. Prefiro olhar para a frente e ver<br />
que é isto que quero fazer. Qual o caminho que quero para mim enquanto músico e<br />
espero que o público entenda porque é fundamental - precisamos dele para sobreviver.<br />
O que se ouve em Zambujo é algo que vai mais fun<strong>do</strong>. É um jovem cantor de fa<strong>do</strong><br />
que, intensifican<strong>do</strong> mais a tradição <strong>do</strong> que muitos de seus contemporâneos, faz<br />
pensar em João Gilberto e em tu<strong>do</strong> que veio à música brasileira por causa dele.<br />
Caetano Veloso<br />
A música brasileira é a minha principal referência e há cantores que são grandes<br />
influências a nível estético. Sou segui<strong>do</strong>r <strong>do</strong> João Gilberto, <strong>do</strong> Caetano Veloso (o<br />
cantor que mais me impressiona), <strong>do</strong> Chico Buarque, <strong>do</strong> Tom Jobim e <strong>do</strong> Vinicius de<br />
Moraes. Como tal, é natural que isso se reflicta cada vez mais nos meus discos, na<br />
minha forma de estar, de cantar e de tocar. Nós somos o reflexo daquilo que<br />
ouvimos.<br />
Os puristas querem fechar o fa<strong>do</strong> que se fez nos anos 50 num cofre onde ninguém<br />
pode mexer. O que é impensável. A música tem de ser transformada senão acaba por<br />
morrer. Convém lembrar que os cantores que eles i<strong>do</strong>latram agora, a Amália<br />
Rodrigues e o Alfre<strong>do</strong> Marceneiro, também foram revolucionários no seu tempo. Eles<br />
mudaram o que já existia. Portanto o que eles fizeram na altura é o que nós estamos<br />
a fazer agora.<br />
MÁRIO LAGINHA E BER<strong>NA</strong>RDO SASSETTI<br />
Jul<br />
25 Sáb 22:00<br />
SALA SUGGIA | 15 €<br />
[CICLO PIANO] [JAZZ]<br />
Festival Uma Casa Portuguesa<br />
MÁRIO LAGINHA E BER<strong>NA</strong>RDO SASSETTI piano<br />
Trago Fa<strong>do</strong> nos Senti<strong>do</strong>s<br />
Casa da Música encomenda homenagem a Amália Rodrigues aos pianistas<br />
Mário Laginha e Bernar<strong>do</strong> Sassetti<br />
“A AMÁLIA ENSINOU-NOS A OUVIR CANTAR PORTUGAL ”<br />
A duas ou quatro mãos, a solo ou em duo, Mário Laginha e Bernar<strong>do</strong> Sassetti têm-se<br />
revela<strong>do</strong> compositores e intérpretes exímios capazes de traduzir uma linguagem nem<br />
sempre acessível, como a da música clássica ou <strong>do</strong> jazz, em algo bastante sedutor que<br />
nos prende a atenção e nos faz descobrir universos até então nunca visita<strong>do</strong>s. Com<br />
6/6/<strong>09</strong> 49