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SOCIEDADE BROTERIANA - Biblioteca Digital de Botânica ...

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não dos noventa e nove que havião ficado na Conquista, sempre<br />

pobres, sempre endividados, mas do único Patriota entre os cem,<br />

que não raras vezes foi julgado rico, e abastado, pelo numero <strong>de</strong><br />

Monos, e dos Papagaios, que lhe saltávão e palrávão à janella. »<br />

Como se vê não <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhava o Dr. Alexandre <strong>de</strong> empregar a iro¬<br />

nia para fustigar a tendência <strong>de</strong> alguns portugueses a <strong>de</strong>scurar a<br />

lavoura, <strong>de</strong> resultados seguros mas lentos, pela exploração do ouro<br />

<strong>de</strong> resultados problemáticos mas possivelmente mais rápidos. Como<br />

adiante se verá, essa orientação do Dr. Alexandre era a dos gover¬<br />

nantes em geral.<br />

Ε porque assim pensava o ilustre naturalista, porque tinha a<br />

profunda convicção que só a agricultura é que faria a prosperida<strong>de</strong><br />

do Brasil é que êle se insurgia contra o comércio das drogas do<br />

Sertão: da salsa, do cravo, da copaúba, etc.<br />

Esse comércio <strong>de</strong>sviava da agricultura os braços que havia, e<br />

todos eram poucos: «.. . toda a gente que ha, bem se po<strong>de</strong> consi¬<br />

<strong>de</strong>rar como a única família <strong>de</strong> Noé, no meio do mundo post-dilu-<br />

viano. » Se o Estado nem sequer possuía os índios precisos para<br />

plantarem as substancias do seu sustento!<br />

A oscilação dos produtos do comércio arruinava as populações<br />

que teriam um lucro certo, embora menor, na cultura das terras.<br />

Esta má orientação era quási geral no Brasil e <strong>de</strong>la se exceptua¬<br />

vam apenas as vilas <strong>de</strong> Cametá e <strong>de</strong> Óbidos cujos moradores, tendo<br />

verificado a excelente qualida<strong>de</strong> do cacau cultivado e a sua produção,<br />

se tinham <strong>de</strong>dicado, animadamente a esta cultura. Não faziam eles<br />

mais do que cumprir o <strong>de</strong>terminado em carta circular <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> Se¬<br />

tembro <strong>de</strong> 1773 que não resisto à tentação <strong>de</strong> transcrever:<br />

«.. . que a aquellas Povoaçoens, que <strong>de</strong>vessem ir longe colher<br />

o cacáo com perigos <strong>de</strong> vida, gastos e milita <strong>de</strong>mora, mais conve¬<br />

niente ficaria sendo plantarem cacoaes nas terras, que lhe fossem<br />

naturaes, férteis e próprias para as referidas plantaçoens, em cujo<br />

amanho dos primeiros annos se po<strong>de</strong>riam occupar as índias, e<br />

Eapazes, por ser o respectivo trabalho fácil á aquelle sexo, e<br />

ida<strong>de</strong>. »<br />

Quanto era bom esse conselho provoú-se no ano <strong>de</strong> 1784 em que,<br />

sendo insignificante a colheita do cacau no sertão, a exportação<br />

<strong>de</strong>ste produto cultivado atingiu 117.000 arrobas, cifra nunca alcan¬<br />

çada até então.<br />

Instancias semelhantes, tendo por objecto a cultura do café e do

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