13.07.2013 Views

SOCIEDADE BROTERIANA - Biblioteca Digital de Botânica ...

SOCIEDADE BROTERIANA - Biblioteca Digital de Botânica ...

SOCIEDADE BROTERIANA - Biblioteca Digital de Botânica ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A obra antropológica e etnográfica (1)<br />

A antropologia, como o natural, é a parte menos completa da<br />

obra do Dr. Alexandre Ferreira. Até ao meado do século xix a<br />

antropologia ainda não existia no estado <strong>de</strong> sciência distinta, e cerca<br />

<strong>de</strong> meio século <strong>de</strong>pois do nosso naturalista regressar do Brasil, é<br />

que ao homem americano havia <strong>de</strong> ser consagrada uma monografia.<br />

Quando a missão filosófica jorna<strong>de</strong>ava pelos gran<strong>de</strong>s rios do Bra¬<br />

sil não podia o naturalista que a capitaneava ter para mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

seus trabalhos senão investigações <strong>de</strong>ficientíssimas.<br />

Os seus capítulos sobre alguns dos índios do Brasil representam<br />

todavia um enorme progresso sobre os insignificantes 'dados que<br />

Buffon conseguiu, reunir nas «variétés dans 1'espèce humaine » da<br />

sua Histoire Naturelle <strong>de</strong> VHomme.<br />

Muito antes <strong>de</strong> Ferreira outros portugueses não naturalistas mas<br />

finíssimos observadores, Gabriel, Soares <strong>de</strong> Sousa, o Padre Simão<br />

<strong>de</strong> Vasconcelos, etc, tinham fornecido dados muito interessantes<br />

sobre as raças do Brasil mas não havia ainda o método scientífico<br />

que havia <strong>de</strong> dar à antropologia a sua base firme.<br />

Querer pois que a obra antropológica do Dr. Alexandre forneça<br />

elementos ,positivos sobre os caracteres das raças, que habitavam o<br />

Brasil, seria rematada loucura. Oontentamo-nos com o que êle<br />

soube observar <strong>de</strong>sacompanhado dos meios <strong>de</strong> investigação que só<br />

no século imediato haviam <strong>de</strong> aparecer.<br />

Na participação VH da 2. a<br />

parte da viagem é que o Dr. Alexan¬<br />

dre, con<strong>de</strong>nsando quanto dissera em participações anteriores, fornece<br />

dados antropológicos sobre os indígenas da margem do Bio Negro.<br />

Procuraremos dar um resumo cio § XVI que se ocupa dos gentios<br />

que habitaram e habitam (em 1787) as margens do Rio Negro.<br />

toire Naturelle <strong>de</strong> Paris para saber qual o <strong>de</strong>stino que tinham levado as plantas e os<br />

livros que daqui haviam saído com Geoffroy. O Prof. Ch. Gravier comunicou-lhe que<br />

nem no Herbário, nem na <strong>Biblioteca</strong> do Museu se achavam os produtos tirados do<br />

Museu da Ajuda e, o que 6 mais extraordinário, não existem vestígios <strong>de</strong>ssas colec­<br />

ções e <strong>de</strong>ssas obras nos registos <strong>de</strong> entrada dos dois serviços. Igualmente na Biblio­<br />

teca Nacional <strong>de</strong> Paris nada existe que nos eluci<strong>de</strong> a este respeito.<br />

(1) Do estudo especial da parte antropológica incumbiu-se o erudito Professor<br />

Dr. Baltasar Osório, Director do Museu Bocage. Aqui nada mais se preten<strong>de</strong> do<br />

que dar uma i<strong>de</strong>a do trabalho <strong>de</strong> Alexandre Ferreira.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!