SOCIEDADE BROTERIANA - Biblioteca Digital de Botânica ...
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Os principais utensílios da sua rnesa erarn as Cuyas <strong>de</strong> dimensões<br />
variadas. Segundo o seu tamanho assim serviam <strong>de</strong> terrinas, <strong>de</strong><br />
pratos, <strong>de</strong> chávenas ou cálices. Eram feitas da casca dq fruto da<br />
Cuyeira e corados com argilas <strong>de</strong> várias cores e envernizados com<br />
látex da árvore Cumaty.<br />
As suas machadinhas eram <strong>de</strong> pedra trabalhada e como goivas<br />
e formões serviam-se os índios do Rio Negro dos <strong>de</strong>ntes das Cotias<br />
e das Pacas. Além <strong>de</strong>stes utensílios tinham, os gentios mais civili¬<br />
zados, isqueiros feitos <strong>de</strong> uma espécie <strong>de</strong> cotão amarelo que existe<br />
no ninho da formiga Taracuá.*<br />
Ainda os índios usavam um pilão feito do tronco <strong>de</strong> uma pel-<br />
queira Ρ opunha. Nesses pilões pisavam a folha dó Ipadú que mis<br />
turada com cinzas das folhas da Ambaúba ,e da Tapioca formava<br />
uma massa que mascavam. Sorviam por aparelhos especiais o pó<br />
da semente torrada do Paricá.<br />
Como a mauiba era o principal do seu sustento figurava, entre<br />
os utensílios mais úteis, o ralador da raiz da mandioca constituído<br />
por fragmentos <strong>de</strong> cristais incrustados 'em ma<strong>de</strong>ira mole.<br />
O regímen comunista era geral e a indolência dos indígenas não<br />
podia ser excedida. Em indolência a todos se avantajavam os Mu¬<br />
ras suce<strong>de</strong>ndo frequentemente que no fabrico <strong>de</strong> uma coisa gastassem<br />
tanto tempo que esta apodrecia antes <strong>de</strong> estar terminada.<br />
Tendo Alexandre Ferreira podido estudar os costumes dos índios<br />
em regiões on<strong>de</strong> estes. ainda estavam pouco influenciados pela civi¬<br />
lização europeia as suas <strong>de</strong>scrições têm um gran<strong>de</strong> valor.<br />
O Geógrafo<br />
Nada mais verda<strong>de</strong>iro que a frase que o Dr. Alexandre Ferreira<br />
ροζ no seu Roteiro das Viagens:<br />
Per maré, per terras, tot adire pericula jussus.<br />
Correndo perigos sem conta procurou o Dr. Alexandre <strong>de</strong>svendar<br />
os segredos da extensíssima região que percorreu. No domínio geo¬<br />
gráfico procurou êle acrescentar ao que se sabia a maior soma pos¬<br />
sível <strong>de</strong> conhecimentos. Gomo é natural, dado o trajecto percorrido,<br />
foi a hidrografia a parte que mais preocupou o naturalista.<br />
Vários foram os rios cujo trajecto e aci<strong>de</strong>ntes êle procurou escla¬<br />
recer e alguns consi<strong>de</strong>rados ainda hoje inexplorados foram por êle<br />
conscienciosamente estudados.