SOCIEDADE BROTERIANA - Biblioteca Digital de Botânica ...
SOCIEDADE BROTERIANA - Biblioteca Digital de Botânica ...
SOCIEDADE BROTERIANA - Biblioteca Digital de Botânica ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Numa fase mais adiantada, representada pela fig. H, o arque-<br />
gónio atingiu o seu máximo <strong>de</strong>senvolvimento. A oosfera encontra-se<br />
bastante contraída, <strong>de</strong>vido certamente a uma imperfeita fixação. De<br />
resto, as Hepáticas são <strong>de</strong> uma tão difícil fixação e <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>lica¬<br />
<strong>de</strong>za tal, que exigem cuidados, muito especiais, e, os próprios hepa-<br />
ticólogos encontram a cada passo dificulda<strong>de</strong>s. Não será, pois, para<br />
estranhar que um principiante encontre essas mesmas dificulda<strong>de</strong>s.<br />
O arquegónio atingiu pois o termo da sua maturação, começando<br />
a esboçar-se já uma <strong>de</strong>sagregação das células do canal. Dizem os<br />
autores que o número <strong>de</strong> células do canal da Targionia é <strong>de</strong> oito.<br />
Janczewski atribui ao canal do arquegónio da Targionia apenas<br />
quatro células. Tal asserção porém não é digna <strong>de</strong> crédito, por¬<br />
quanto, Campbell, pôs bem em evidência a existência <strong>de</strong> oito nú¬<br />
cleos, ou sejam, potencialmente, oito células. O erro <strong>de</strong> Janczewski<br />
<strong>de</strong>ve atribuir-se ao facto, <strong>de</strong>ste autor ter contado as células pelo<br />
número <strong>de</strong> septos, em preparações não coradas, quando é certo que<br />
aqueles não chegam por vezes a formar-se, sendo frequente a obser¬<br />
vação <strong>de</strong> células binucleadas.<br />
Pelo que diz respeito às minhas observações entendo que não<br />
tenho elementos bastantes, para me pronunciar <strong>de</strong> uma maneira<br />
categórica sobre o número <strong>de</strong> células do canal. Num corte, conse¬<br />
gui ver, além da oosfera e da célula do ventre, mais sete células.<br />
Os septos entre estas nem sempre eram nitidamente aparentes, dando<br />
o facto, por vezes, a impressão da existência <strong>de</strong> células binucleadas..<br />
As dificulda<strong>de</strong>s das observações, resultam em parte da extrema difi¬<br />
culda<strong>de</strong> <strong>de</strong> obter uma boa fixação em qualquer das células do canal<br />
— o que não acontece com as células das pare<strong>de</strong>s do arquegónio—·<br />
e em parte do facto <strong>de</strong> ser necessário, dado o comprimento do colo,<br />
fazer em um único <strong>de</strong>senho, reconstituições daquilo que se observa<br />
em dois, três ou mais cortes.<br />
Mas há no meu trabalho alguma coisa <strong>de</strong> absolutamente original.<br />
Quero referir-me ao número <strong>de</strong> camadas <strong>de</strong> células que constituem<br />
a pare<strong>de</strong> do arquegónio maduro, antes da fecundação.<br />
Todos os autores que até agora estudaram a Targionia, repre¬<br />
sentam a pare<strong>de</strong> do arquegónio, até ao momento da fecundação, e<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base até ao vértice, como formada <strong>de</strong> uma única assentada<br />
<strong>de</strong> células. Só após a conjugação dos dois gametos é que as células<br />
da pare<strong>de</strong> do ventre começariam proliferando numa direcção radial,<br />
aumentando assim, pouco a pouco, o número <strong>de</strong> assentadas.