SOCIEDADE BROTERIANA - Biblioteca Digital de Botânica ...
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O trabalho que com sacrifício da sua vida acumulara, e que cons¬<br />
tituíra documentação valiosíssima sobre o Brasil, tinha sido em parte<br />
estragada pela incúria e inveja <strong>de</strong> um seu colega, e em parte <strong>de</strong>sa¬<br />
parecera levado pelo ilustre naturalista francês que, pela violência,<br />
o extorquira.<br />
Ao governo português <strong>de</strong> então não po<strong>de</strong> caber responsabilida<strong>de</strong><br />
no facto. As circunstâncias em que êle se encontrou foram as que<br />
<strong>de</strong>terminaram, em nações bem mais po<strong>de</strong>rosas que a nossa, a <strong>de</strong>sa¬<br />
parição das preciosida<strong>de</strong>s dos seus museus. Em 1808 como em 1918<br />
o direito da força pô<strong>de</strong> mais que a força do direito. Ε todavia que<br />
o governo português não <strong>de</strong>sistira <strong>de</strong> editar a obra prova-o o facto<br />
<strong>de</strong>,em 1815 já existirem, gravadas em cobre, 83 das estampas que<br />
haviam <strong>de</strong> ilustrar o.trabalho.<br />
Por essa época era gran<strong>de</strong> ainda o material que existia prove¬<br />
niente da expedição filosófica.<br />
Isso se vê na relação dos seus manuscritos e outros documentos<br />
entregues, por or<strong>de</strong>m do Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santarém, ao gran<strong>de</strong> botânico<br />
Eelix <strong>de</strong> Avelar Brotero em 5 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1815, para serem conser¬<br />
vados no Real Museu da Ajuda.<br />
Ainda em 1838 se acharam no Real Museu <strong>de</strong> Lisboa esses ma¬<br />
nuscritos, <strong>de</strong>senhos, plantas e mais documentos. Nesse ano porém<br />
foram transferidos para um dos gabinetes da Aca<strong>de</strong>mia Real das<br />
Sciências a fim <strong>de</strong> que Manuel José Maria da Gosta e Sá <strong>de</strong>sse o<br />
seu parecer sobre a publicação das obras concernentes à viagem.<br />
Não terminara com a morte do Dr. Alexandre a infelicida<strong>de</strong> que<br />
presidira ao <strong>de</strong>stino da missão scientífica ao Brasil <strong>de</strong> 1783 a 1793.<br />
Em 1842 o Ministro do Reino, Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tomar, or<strong>de</strong>nava ao<br />
Museu <strong>de</strong> Lisboa que entregasse ao Ministro do Brasil em Portugal,<br />
Vasconcelos Drummond os manuscritos <strong>de</strong> Alexandre Ferreira para<br />
serem impressos por conta do governo brasileiro e, <strong>de</strong>pois, regressar<br />
ao seu legítimo possuidor — o Museu.<br />
Foram-lhe entregues (1) 230 manuscritos, 8 mapas geográficos,<br />
26 estampas e <strong>de</strong>senhos, 12 chapas <strong>de</strong> cobre gravadas e 2 volumes<br />
. <strong>de</strong> aguarelas.<br />
Só uma pequena parte dos manuscritos foi impressa e, até hoje,<br />
nunca o Museu Bocage recebeu os valiosos documentos que o Brasil<br />
não aproveitou.<br />
(1) Documento 8,