SOCIEDADE BROTERIANA - Biblioteca Digital de Botânica ...
SOCIEDADE BROTERIANA - Biblioteca Digital de Botânica ...
SOCIEDADE BROTERIANA - Biblioteca Digital de Botânica ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
anil, haviam sido feitas pelo Capitão-General Caldas em carta <strong>de</strong> 9<br />
<strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 1773.<br />
O comércio dos produtos do sertão não só era <strong>de</strong> resultados con¬<br />
tingentes mas a forma porque eram colhidos aniquilava uma gran<strong>de</strong><br />
parte <strong>de</strong>sses produtos.<br />
Assim, dizia o Dr. Alexandre, o cacau que não <strong>de</strong>ve ser colhido<br />
ver<strong>de</strong> ou inchado era assim apanhado porque acudia mais ao peso,<br />
a salsa era violentamente arrancada <strong>de</strong> forma a <strong>de</strong>struir as partes<br />
que servem para a sua multiplicação, o cravo que não <strong>de</strong>ve ser tirado<br />
<strong>de</strong> árvores novas era precisamente <strong>de</strong>ssas que era extraído, <strong>de</strong>struin-<br />
do-se a planta. Todavia um século havia passado sobre a regula¬<br />
mentação da colheita dos produtos do sertão. Já a 2 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong><br />
1688 havia sido publicado um alvará proibindo que durante 10 anos<br />
nos Rios Capim e Tocantins se tirasse a casca ao pau cravo.<br />
Estas práticas abusivas foram afastando dos povoados as riquezas<br />
do sertão e para este mal propunha êle o fácil remédio <strong>de</strong> cultivar<br />
essas plantas.<br />
Por si, e pelos seus amigos, iniciou experiências <strong>de</strong> cultura dando<br />
conta dos seus brilhantes resultados.<br />
Aos seus esforços se <strong>de</strong>vem gran<strong>de</strong> parte das culturas feitas nas<br />
margens do Rio Negro, como aos portugueses, e exclusivamente a<br />
eles, se <strong>de</strong>vem as que fizeram e fazem a riqueza do Brasil.<br />
Como já disse, os governantes portugueses antepunham ao prazer<br />
<strong>de</strong> arrancar ouro à sua gran<strong>de</strong> colónia americana o <strong>de</strong> a ver prospe¬<br />
rar pela agricultura. Prova-o à evidência um ofício que é transcrito<br />
no Diário do Dr. Alexandre e que é da autoria do Secretário <strong>de</strong> Es¬<br />
tado Tomé Joaquim da Costa Corte Real. Em 1 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1758,<br />
referindo-se a uma projectada exploração <strong>de</strong> ouro nas serras das<br />
cachoeiras do Rio Ma<strong>de</strong>ira, dizia o referido Secretário <strong>de</strong> Estado:<br />
«Pelo claro conhecimento que S. M. e<br />
tem, <strong>de</strong> que o augmento <strong>de</strong>sse<br />
Estado só pô<strong>de</strong> conseguir-se pelos utilíssimos establecimentos da<br />
agricultura, e do commercio, e que estes <strong>de</strong>scahirão, se os Povos,<br />
que nelles se <strong>de</strong>vem empregar, se divertirem para as Minas; não<br />
po<strong>de</strong> o Mesmo Senhor <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> prevenir tão prejudiciaes conse¬<br />
quências or<strong>de</strong>nando a V. S. que não só não promova o sobredito <strong>de</strong>s<br />
cobrimento <strong>de</strong> Ouro, nas Serras que formão as Cachoeiras do Rio Ma<br />
<strong>de</strong>ira, mas que tenha particular cuidado <strong>de</strong> o impedir por todos os modos<br />
directos, e indirectos que possível lhe forem.» Ε o mesmo Secretário<br />
d.e Estado ainda precisou mais o seu pensamento quando, em 5 <strong>de</strong>