SOCIEDADE BROTERIANA - Biblioteca Digital de Botânica ...
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isco <strong>de</strong> ser assassinadas caso fossem vistas. Estas danças que <strong>de</strong>¬<br />
generavam na maior <strong>de</strong>vassidão raro terminavam sem efusão <strong>de</strong><br />
sangue.<br />
Pouco variadas eram as armas <strong>de</strong> que serviam os brasis para<br />
caçar ou combater seus inimigos. Enumera-as o Dr. Ferreira nos<br />
seus trabalhos.<br />
As braçangas eram pequenas massas <strong>de</strong> pau pesado que eram,<br />
simultaneamente, armas contun<strong>de</strong>ntes e cortantes. Usavam também<br />
lanças <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira que, por vezes, eram submetidas à acção do fogo.<br />
Os murucús e cuidarás eram piques armados na ponta com frag¬<br />
mentos <strong>de</strong> ferro, <strong>de</strong> pedra ou <strong>de</strong> osso aguçado.<br />
Todas estas armas serviam apenas para combater <strong>de</strong> perto.<br />
Para a luta a distancia tinham os arcos e as frechas <strong>de</strong> ponta<br />
<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira aguçadas ou <strong>de</strong> tacoara. As frechas hervadas eram<br />
chamadas curabys.<br />
Uma arma muito útil e empregada pelos índios era a palleta ou<br />
zaravatanas. Segundo se lê numa <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> Ferreira <strong>de</strong> uma<br />
aljava contendo os ponteiros que serviam nas zaravatanas dos gen¬<br />
tios surupexunas, esses ponteiros eram guarnecidos <strong>de</strong> sumaúma em<br />
rama. « Não para supprir as pennas, como vulgarmente se cuida, e<br />
fazer voar os ponteiros como as frechas; senão para difhcultar a<br />
entrada <strong>de</strong>lles na Zaravatana; o que, comprimindo o ar, faz que ellas<br />
sayão com hua rapi<strong>de</strong>z incrível, sendo assopradas com força. »<br />
Tinham os índios uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> frechas e uns, como<br />
os do Pio Japurá usavam nas <strong>de</strong> ponta lisa mas hervadas, e outras,<br />
como os muros, usavam-nas farpadas.<br />
A estas armas juntavam os indígenas <strong>de</strong> Negro os estrapes enve¬<br />
nenados que espetavam no chão ou nas árvores nos sítios por on<strong>de</strong><br />
havia <strong>de</strong> marchar o inimigo.<br />
Sobre a guerra nada mais faz o Dr. Ferreira do que transcrever<br />
o que a esse respeito já escreveu o inglês Robertson.<br />
Como era natural dada a condição do seu viver eram reduzidos<br />
a muito pouco os seus utensílios domésticos. Algumas panelas (iga-<br />
çabas), re<strong>de</strong>s para dormirem (feitas com fibras da palmeira Murity),<br />
cabaças, cuias, e pouco mais.<br />
Da relação dos produtos enviados em 1806 para Coimbra se infere<br />
que os indígenas do Negro se serviam com colheres <strong>de</strong> conchas e<br />
que usavam umas salvas <strong>de</strong> palhinha, feitas <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong> Tocumãa<br />
coradas com féculas das plantas Caapiranga e Carujurú e argilas.