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O processo de lavagem e despolpa do café oferece uma redução nos gastos de<br />
energia durante a secagem e, eleva a qualidade de bebida do café (GONÇALVES,<br />
2000). Entretanto, a água residuária deste processo é rica em material orgânico em<br />
suspensão e constituintes orgânicos em solução (MATOS et al., 1999).<br />
Assim sendo, segundo Campos (1993) citado por PINTO (2001), tais águas<br />
residuárias geradas durante o processo de lavagem, descascamento e demucilagem<br />
dos frutos do cafeeiro, acarretam um grande impacto ao meio ambiente, não apenas<br />
pela carga orgânica contaminante que alcança os corpos d’água, mas também pelo<br />
grande volume de águas limpas utilizadas no processamento do fruto, as quais são<br />
devolvidas ao meio ambiente com qualidade muito inferior. Logo, lançar diretamente no<br />
meio ambiente estas águas, torna-se inadequado, além de caracterizar uma agressão à<br />
harmonia do meio ambiente.<br />
Uma das maiores limitações do tratamento anaeróbio de águas residuárias com<br />
concentrações elevadas de sólidos orgânicos biodegradáveis, como no caso das águas<br />
residuárias do beneficiamento do café por via úmida, em sistemas de um único estágio<br />
é a hidrólise lenta ou a rápida acidificação, em virtude da produção de grandes<br />
quantidades de ácidos graxos voláteis no reator, os quais podem diminuir e inibir a<br />
atividade dos microrganismos metanogênicos.<br />
Segundo JEYASEELAN & MATSUO (2000) a separação entre as bactérias<br />
hidrolíticas e acidogênicas das metanogênicas pode reduzir as limitações do processo<br />
anaeróbio. Um sistema operando com esses dois diferentes grupos de microrganismos<br />
em dois reatores separados, fornece condições ambientais favoráveis para o<br />
desempenho do processo.<br />
A viabilidade da digestão anaeróbia em dois estágios depende muito da<br />
facilidade da separação física e da manutenção das culturas dominantes hidrolíticas e<br />
formadoras de ácidos das formadoras de metano nos dois diferentes reatores.<br />
A grande vantagem do processo em dois estágios é a acomodação no primeiro<br />
estágio das variações das cargas orgânicas do afluente, permitindo assim aplicações<br />
de cargas orgânicas constantes no segundo estágio, (BOUALLAGUI et al., 2004).