estudo intertextual do monólogo effis nacht de rolf hochhuth

O monólogo dramático Effis Nacht 122
como o gesto de ouvir rádio, comer uma maçã, fazer tricô ou beber chá. Todavia, a
leitura está também intimamente ligada ao pensamento, pois é essa a principal ocupação
da protagonista e os autores que recorda ou que, propositadamente, activa no seu
discurso fazem parte de uma selecção criteriosa de literatura: »Ein Komõdien-Dichter -
ausgerechnet - schrieb; Name vergessen, aber ein Komodien-Dichter, das weip ich:
«Nun ist ja der Mensch an sich schon ein hinreichender Grund zur Traurigkeit.»
Menander hie(3 er, ja, ein Rõmer« (EN, 57). São aqui claras as orientações da
personagem, que sob o comando de Hochhuth, está disposta a encontrar na literatura a
moral orientadora dos seus passos e percurso longo de vida. Há nas leituras que a
acompanham um fundo de verdade que a fazem sofrer em consciência. A comédia
humana, bem patente aqui o fascínio de Hochhuth pelos clássicos, no seu retrato de
guerra e aniquilamento, não traz grandes razões para a esperança.
Eis, porém, que à moral subjacente à literatura, ou às leituras com um propósito
lúdico e distractivo se alia também uma função cultural, destinada, primeiramente, a
reforçar os argumentos metatextuais da baronesa, como profunda conhecedora do
universo particular de >Effi BriestEffi
BriestHortense oder die Rûckkehr nach Baden-Baden< (1933) no círculo restrito da literatura
recomendável, reflecte a admiração por um escritor que o próprio Hochhuth ajudou a publicar e que, em >Effis
Nacht