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estudo intertextual do monólogo effis nacht de rolf hochhuth

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Pressupostos teóricos e meto<strong>do</strong>lógicos<br />

9<br />

movimento (cf. Holthuis, 1993: 31-32). Porém, a perspectiva avançada por esta investiga<strong>do</strong>ra<br />

alemã enfatiza <strong>de</strong>masia<strong>do</strong> o la<strong>do</strong> da recepção, pois preten<strong>de</strong> aplicar a <strong>intertextual</strong>ida<strong>de</strong><br />

como mecanismo base a todas as leituras. Peter Stocker, no seu <strong>estu<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong>s<br />

mo<strong>de</strong>los e teoria das leituras intertextuais, <strong>de</strong>nuncia uma compreensão enfática da<br />

<strong>intertextual</strong>ida<strong>de</strong> em Holthuis 9 , reafirman<strong>do</strong> que a leitura, apesar <strong>de</strong> ter um cunho pessoal,<br />

é conduzida pelo texto, como asseguram os trabalhos anteriores da escola <strong>de</strong><br />

Constança sobre estética da recepção ou os <strong>de</strong> Umberto Eco sobre semiótica literária:<br />

»dap neben <strong>de</strong>r Leserabhãngigkeit immer eine gewisse Textabhãngigkeit <strong>de</strong>r Lektúre<br />

besteht« (Stocker, 1998: 90).<br />

Inspira<strong>do</strong> pelo <strong>estu<strong>do</strong></strong> sobre palimpsestes <strong>de</strong> Genette, Stocker aprofunda a análise<br />

das formas intertextuais. Para este investiga<strong>do</strong>r, a <strong>intertextual</strong>ida<strong>de</strong> <strong>de</strong>verá ser<br />

consi<strong>de</strong>rada como uma estratégia textual que, através da marcação <strong>de</strong> campos <strong>de</strong><br />

relações intertextuais e aliada a outras estratégias textuais, influencia as condições <strong>de</strong><br />

experimentação <strong>do</strong> respectivo pós-texto. Contrarian<strong>do</strong> as conclusões <strong>de</strong> Wolfgang Iser 10<br />

que apontam para o potencial <strong>de</strong>terminante <strong>do</strong> texto sobre o leitor, Stocker admite<br />

apenas que a estratégia textual possa influenciar mas nunca <strong>de</strong>terminar a recepção. Um<br />

texto dispõe, além <strong>do</strong> mais, e em regra, não só <strong>de</strong> uma estratégia mas <strong>de</strong> uma "mão<br />

cheia" <strong>de</strong> estratégias textuais (cf. Stocker, 1998: 92). As conclusões <strong>de</strong> Stocker<br />

procuram sintetizar o percurso da teoria <strong>intertextual</strong> nos últimos trinta anos, exploran<strong>do</strong><br />

os diversos conceitos propostos e o contributo que legaram, porém, na hora <strong>de</strong> escolher<br />

a via mais certa, o investiga<strong>do</strong>r alemão reconhece a falibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um conceito global<br />

único e atribui às <strong>de</strong>finições particulares e plurais a responsabilida<strong>de</strong> pela organização<br />

profunda <strong>do</strong> conceito <strong>de</strong> <strong>intertextual</strong>ida<strong>de</strong> (cf. Stocker, 1998: 20).<br />

Assumin<strong>do</strong> os riscos <strong>de</strong> uma análise <strong>de</strong>scritiva em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> uma visão mais<br />

ontológica e global, também o meu <strong>estu<strong>do</strong></strong> <strong>intertextual</strong> procurará ancorar as suas<br />

convicções e o seu suporte teórico na classificação <strong>de</strong> Genette e na síntese fundamental<br />

<strong>de</strong> Stocker, permanecen<strong>do</strong> eu convicto <strong>de</strong> que a citação e a alusão formam um núcleo<br />

essencial <strong>de</strong> <strong>intertextual</strong>ida<strong>de</strong>: »Die rhetorischen Figuren Zitat und Anspielung bil<strong>de</strong>n<br />

eine Art von Kernbereich <strong>de</strong>r Intertextualitát. Sie stehen also genau <strong>do</strong>rt, wo die<br />

9 Peter Stocker integra o <strong>estu<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> Susanne Holthuis no que apelida como "estilística da leitura", marginalizan<strong>do</strong>-a<br />

por ser <strong>de</strong>masia<strong>do</strong> teórica, pouco pragmática e pouco esclarece<strong>do</strong>ra (cf. Stocker, 1998: 12).<br />

Segun<strong>do</strong> Iser, o texto comunica ao leitor um "código" e esta estratégia textual (Textstrategie) permite <strong>de</strong>senvolver<br />

o potencial <strong>de</strong> influência (Wirkungspotential) da recepção ou leitura: »Textstrategien entwerfen die<br />

Erfahrungsbedingungen <strong>de</strong>s Textes ( 1990, apud Stocker, 1998: 91 ).

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