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estudo intertextual do monólogo effis nacht de rolf hochhuth

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Pressupostos teóricos e meto<strong>do</strong>lógicos 12<br />

1.1.1.1 A palintextualida<strong>de</strong>: citação e alusão<br />

De acor<strong>do</strong> com Genette, a transtextualida<strong>de</strong> assume uma classificação mais simples<br />

<strong>de</strong> <strong>intertextual</strong>ida<strong>de</strong> quan<strong>do</strong> pratica a sua forma mais explícita e literal, i.e., a citação,<br />

que segun<strong>do</strong> os cânones tradicionais, parte <strong>de</strong> um texto estranho anterior: um da<strong>do</strong><br />

elemento <strong>do</strong> pretexto ou hipotexto (conforme a <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> Genette) é integra<strong>do</strong> no<br />

intertexto ou hipertexto, sen<strong>do</strong> respeita<strong>do</strong> integralmente o seu conteú<strong>do</strong> e forma; se essa<br />

evocação não for <strong>de</strong>clarada mas ainda literal, então, estamos perante o plágio, uma<br />

forma menos explícita e menos canónica; a alusão constitui uma forma ainda menos<br />

explícita e menos literal, um enuncia<strong>do</strong> a necessitar <strong>de</strong> uma percepção inteligente que<br />

<strong>de</strong>scortine a ligação entre os textos a partir das suas inflexões, <strong>de</strong> outro mo<strong>do</strong>, não<br />

receptíveis (cf. Genette, 2000: 8). Da fórmula mais directa à mais implícita, todas estas<br />

manifestações intertextuais preten<strong>de</strong>m implicar o pretexto, repetin<strong>do</strong>-o, reproduzin<strong>do</strong>-o<br />

as vezes que forem esteticamente necessárias. Uma citação é, numa abordagem simples,<br />

a repetição <strong>de</strong> uma exteriorização.<br />

A citação recebe, na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Stocker, em conjunto com a alusão o nome <strong>de</strong><br />

palintextualida<strong>de</strong>, queren<strong>do</strong> o prefixo "palin" sublinhar a repetição como principal<br />

proprieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> conceito (cf. Stocker, 1998: 51). A terminologia utilizada por Stocker<br />

não só con<strong>de</strong>nsa na repetição a principal característica da citação e da alusão, como<br />

preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>limitar a "Kernzone" ou o núcleo central, distinguin<strong>do</strong> a palintextualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> outros campos mais vastos <strong>de</strong> <strong>intertextual</strong>ida<strong>de</strong>. Apesar da repetição ser condição<br />

essencial para que a palintextualida<strong>de</strong> aconteça, esse requisito não supõe um<br />

or<strong>de</strong>namento semântico <strong>do</strong> discurso fiel ao pretexto. Segun<strong>do</strong> Stocker, a repetição<br />

palintextual <strong>de</strong> exteriorizações <strong>do</strong> discurso não implica a repetição <strong>de</strong> exteriorizações <strong>de</strong><br />

conteú<strong>do</strong> 12 , contu<strong>do</strong>, é postula<strong>do</strong> <strong>do</strong> valor da palintextualida<strong>de</strong> que um texto<br />

(palintexto) cite elementos textuais específicos <strong>de</strong> um ou mais textos (pretextos) <strong>do</strong><br />

discurso ou os repita <strong>de</strong> forma transformada (cf. Stocker, 1998: 53-54).<br />

- Heinnch Plett sublinha ser necessário distinguir entre <strong>do</strong>is níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>svio <strong>intertextual</strong>: o da expressão e o <strong>do</strong><br />

conteú<strong>do</strong>, ou a superfície e a estrutura profunda das citações. Enquanto que a estrutura <strong>de</strong> superfície produz<br />

transformações (adições, subtracções, substituições, permutações e repetições) sobre as unida<strong>de</strong>s linguísticas <strong>de</strong><br />

referencia, a estrutura profunda da citação intervém sobre os vários níveis <strong>de</strong> significa<strong>do</strong>, i.e., é empreendi<strong>do</strong> um<br />

diálogo para além <strong>do</strong> elemento cita<strong>do</strong> e que compreen<strong>de</strong> o contexto primário mas também o secundário (cf. Plett,

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