27.12.2013 Views

estudo intertextual do monólogo effis nacht de rolf hochhuth

estudo intertextual do monólogo effis nacht de rolf hochhuth

estudo intertextual do monólogo effis nacht de rolf hochhuth

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

O <strong>monólogo</strong> dramático D D Effis Nacht 76<br />

que surge como a mais alta instância <strong>de</strong> controlo comportamental (cf. Oliveira, 2000:<br />

272). As normas que regem o comportamento social <strong>de</strong> Innstetten são as mesmas a que<br />

faz submeter a sua vida pessoal e familiar. Effi é vítima directa <strong>de</strong>sses<br />

condicionalismos, como mais adiante se verá (cf. infra, 94-95). Num momento interior<br />

<strong>de</strong> enorme revolta e <strong>do</strong>r, a heroína <strong>do</strong> romance acusa directamente Innstetten <strong>de</strong><br />

cruelda<strong>de</strong> intencionada ao moldar a filha Annie aos seus próprios ensinamentos e requisitos,;,<br />

tal como outrora o fizera consigo mesma:<br />

Denn das hier, mit <strong>de</strong>m Kind, das bist nicht du, Gott, <strong>de</strong>r mich strafen will, das<br />

ist er, bloG er! Ich habe geglaubt, da(3 er ein edles Herz habe, und habe mich<br />

immer klein neben ihm gefiihlt; aber jetzt weil3 ich, dafl er es ist, er ist klein.<br />

Und weil er klein ist, ist er grausam. Alies, was klein ist, ist grausam. Das hat<br />

er <strong>de</strong>m Kin<strong>de</strong> beigebracht, ein Schulmeister war er immer (EB, 313).<br />

As acusações <strong>de</strong> Effi contra o mari<strong>do</strong> realçam os princípios rígi<strong>do</strong>s pelos quais ele se<br />

rege. De acor<strong>do</strong> com Stern, Innstetten é marca<strong>do</strong> pelo plano social e <strong>de</strong>sprovi<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

sensibilida<strong>de</strong> moral. O código que <strong>de</strong>termina a sua conduta é to<strong>do</strong>-po<strong>de</strong>roso e iníquo<br />

(cf. Stern, 1981: 331). Alguns críticos seguem mais <strong>de</strong> perto as orientações <strong>do</strong> próprio<br />

Fontane e encontram na personagem traços mais humanos, explican<strong>do</strong> a rigi<strong>de</strong>z no<br />

carácter <strong>de</strong> Innstetten como fruto da antiga paixão <strong>do</strong> barão pela mãe <strong>de</strong> Effi e pelo<br />

contexto sócio-moral da socieda<strong>de</strong> prussiana (cf. Holbeche, 1987-88: 21-32). Walter<br />

Muller-Sei<strong>de</strong>l <strong>de</strong>fine o carácter <strong>de</strong> Innstetten pela sua representativida<strong>de</strong> social. A<br />

socieda<strong>de</strong> como centro orienta<strong>do</strong>r <strong>do</strong> pensamento conserva a última palavra. Apesar <strong>de</strong><br />

ser acusada <strong>de</strong> dita<strong>do</strong>ra pelo próprio barão - "ein tyrannisieren<strong>de</strong>s Gesellschafts-Etwas"<br />

(cf. EB, 268) os seus códigos são reconheci<strong>do</strong>s e aceites como os únicos possíveis (cf.<br />

Muller-Sei<strong>de</strong>l, 1975: 366-367). Ao contrário <strong>do</strong> julgamento <strong>de</strong> Effi sobre Innstetten, o<br />

inconformismo e irreverência <strong>de</strong> Ar<strong>de</strong>nne aliviam positivamente a avaliação que Else<br />

faz <strong>do</strong> seu comportamento. Ar<strong>de</strong>nne encontra-se no la<strong>do</strong> oposto a Innstetten, pela sua<br />

Em 19 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 1895 Fontane <strong>de</strong>screvia assim ao seu amigo Joseph Viktor Widmann a injustiça <strong>de</strong> alguns<br />

leitores perante Innstetten: »Was mich ganz beson<strong>de</strong>rs gefreut hat, ist, daB Sie <strong>de</strong>m armen Innstetten so schõn gerecht<br />

wer<strong>de</strong>n. Eine reizen<strong>de</strong> Dame hier, die ich ganz beson<strong>de</strong>rs liebe und verehre, sagte mir:>Ja, Effi; aber Innstetten ist ein<br />

"Ekel"Ekel< empfun<strong>de</strong>n wird, ais Mensch aber mach't mich die<br />

Sache stutzig« (1969, apud Schafarschik, 1999: 112-113).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!