Neto, José Geraldo Pimentel Neto - UFPE - Universidade Federal ...
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Outra questão, apontada por Chaves & Albuquerque (2006), diz respeito ao<br />
perfil epidemiológico do Brasil que se distingue dos países avançados por<br />
apresentar problemas específicos que incluem doenças tropicais, como também a<br />
presença das "epidemias emergentes" que envolvem doenças não-transmissíveis.<br />
Neste sentido, o Brasil necessita de um sistema de saúde que atue nos dois tipos de<br />
epidemias, as doenças parasitárias e as doenças degenerativas. Essa situação<br />
aponta uma especificidade na construção do sistema de inovação em saúde, em<br />
países como o Brasil.<br />
Desta forma, confirma-se a hipótese da dissertação que é “Por ter uma baixa<br />
interação entre os grupos de pesquisa, as empresas e outros componentes, o<br />
sistema de inovação regional-setorial de saúde em Pernambuco é considerado<br />
imaturo, o que impacta negativamente sobre o desenvolvimento de toda a região”.<br />
Vistas as reflexões conceituais sobre inovação, sistema de inovação, maturidade ou<br />
imaturidade do sistema de inovação, relação universidade-empresa, o Estado de<br />
Pernambuco possui uma baixa interação entre os grupos de pesquisa e as<br />
empresas e outros componentes do setor médico-hospitalar do Estado.<br />
Com relação à pesquisa nos hospitais privados da cidade do Recife não<br />
houve nenhuma interação, pois não deram relevância às possibilidades que a<br />
pesquisa pode trazer ao setor médio-hospitalar no Estado de Pernambuco. É<br />
destacada ainda a baixa iniciativa inovativa dessas unidades, pois praticamente<br />
importam todos os produtos e procedimentos médicos, ou seja, não existe uma<br />
política empresarial de tentar produzir e criar localmente. Além disso, o que<br />
acontece de “novo” para o setor está muito concentrado na RMR (principalmente no<br />
Recife).<br />
Enfim, o sistema setorial de inovação para o Estado de Pernambuco é<br />
imaturo e bastante desarticulado, ao ponto de se questionar a pertinência do<br />
emprego do termo sistema neste caso. Para esta situação devem contribuir sua<br />
formação socioeconômica e sua cultura patrimonialista e pouco comprometida com o<br />
desenvolvimento de competências para inovação e elevação de competitividade por<br />
meio de introdução de novos produtos e processos. Apenas recentemente,<br />
começam a se esboçar preocupações com este cenário que, no entanto, ainda estão<br />
longe de se transformar em políticas de ciência, tecnologia e inovação, nas escalas<br />
estadual e municipal, capazes de enfrentar as fragilidades deste “sistema”.