Neto, José Geraldo Pimentel Neto - UFPE - Universidade Federal ...
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Visto toda essa situação desfavorável para o sistema de saúde brasileiro é<br />
difícil pensar em um sistema de inovação setorial em saúde no Brasil, como também<br />
no Nordeste. Esta etapa – a oferta dos serviços e equipamentos - já deveria ter sido<br />
superado, visto que nós países desenvolvidos a distribuição e uso desses<br />
equipamentos e especialidades médicas são bem melhores utilizadas pela<br />
população, pois são bem melhor elucidados, tanto em quantidade, quanto em<br />
localização, podendo-se assim focar a atenção mais com ciência e tecnologia no<br />
setor.<br />
Outro motivo, então, para a imaturidade do sistema setorial de inovação no<br />
Brasil é a disparidade na distribuição espacial de especialidades e equipamentos<br />
médicos-hospitalares. Como se pode pensar em ciência e tecnologia, principalmente<br />
de uma forma mais articulada pelo país, se existe uma grande descontinuidade<br />
territorial na distribuição desses equipamentos e especialidades médicas? A<br />
pesquisa fica em segundo plano porque é urgente tratar as pessoas que se<br />
aglomeram em poucas cidades para obter o atendimento de que necessitam. Com<br />
isso muitos médicos, dentistas, enfermeiros, entre outros, não têm condições de<br />
focar a ciência, a pesquisa e o desenvolvimento da inovação.<br />
O que acontece, principalmente, no setor público, é uma improvisação nas<br />
técnicas médicas para atender o grande número de pessoas, em condições<br />
precárias, o que a principio pode ser visto como um método inovativo. Porém, na<br />
verdade, é uma falta de estrutura física e humana que tem que ser compensada por<br />
improvisação. Assim, o profissional do setor, normalmente, não tem como focar<br />
novos procedimentos cirúrgicos, ou seja, se capacitar, pois ele nesta situação chega<br />
à estafa, desestimulando iniciativas para se aperfeiçoar. A difusão da inovação é<br />
limitada por esses diversos fatores inerentes ao sistema imaturo, tanto estrutural<br />
quanto subjetivos. A imaturidade do sistema brasileiro é explicada tanto fatores<br />
histórico-sociais, vistos anteriormente, como também por esta má distribuição dos<br />
equipamentos e das especialidades médicas. Neste sentido, o Brasil possui uma<br />
fragilidade considerável no seu setor médico-hospitalar, que dificulta o<br />
desenvolvimento de seu sistema setorial de inovação em saúde.<br />
Mais especificamente, na região Nordeste a situação é ainda mais<br />
complicada. Os mapas para a distribuição dos equipamentos e especialidades<br />
médicas são ainda mais rarefeitos que para o Brasil, pois no Nordeste as cidades de