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Neto, José Geraldo Pimentel Neto - UFPE - Universidade Federal ...

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não foi a disponibilidade de recursos isoladamente ou simplesmente a<br />

qualificação da mão-de-obra o que fez a diferença, mas sim a capacidade de<br />

inovar (criar produtos e processos) de suas populações.<br />

Assim, para essa linha de pensamento, o novo paradigma de<br />

acumulação estaria vinculado à intensificação da inovação, o que levou à<br />

valorização do papel desempenhado pelos sistemas de C&T (Ciência e<br />

Tecnologia) como fator chave da construção de vantagens competitivas para<br />

locais, regiões e países. Este raciocínio conduziu à crescente ação dos<br />

governos nacionais (e sub-nacionais) para estimular o desenvolvimento<br />

tecnológico de suas economias, sobretudo nos países centrais.<br />

Porém, no Brasil, o sistema nacional de inovação está longe de ser<br />

desenvolvido, a ponto de ser denominado por Albuquerque (2004) de sistema<br />

imaturo. O caráter tardio da criação de instituições de ciência e tecnologia no<br />

país, a demanda desproporcional por pacotes tecnológicos importados pela<br />

indústria brasileira, um sistema universitário orientado para a produção<br />

acadêmica e pouco voltado à solução de problemas tecnológicos e à pesquisa<br />

cooperativa com empresas, uma baixa taxa de criação de empresas de base<br />

tecnológica (EBTs) e um sistema financeiro tardio e pouco propenso a fornecer<br />

crédito à empresa são fatores que, para Suzigan e Albuquerque (2008),<br />

expressariam esse perfil imaturo do sistema de inovação brasileiro.<br />

Esse panorama deixa o Brasil em situação desfavorável frente os<br />

países situados no centro do capitalismo contemporâneo quando se trata de<br />

inovação tecnológica, adicionando-se assim mais este elemento entre as<br />

causas das disparidades entre os países e entre as regiões, bem como das<br />

desigualdades sociais entre estes.<br />

Inicialmente formulada por Lundvall (2000), Freeman (1995) e Nelson<br />

(1999) com base em observações focadas na escala nacional, a noção de<br />

sistema de inovação logo é apropriada por outros estudiosos das escalas<br />

regional ou local, assim como estudiosos de sistemas setoriais. Entre estes<br />

últimos está o sistema setorial de inovação em saúde, cuja elevada intensidade<br />

em ciência, grande dinamismo tecnológico e altos custos envolvidos com a<br />

prestação do serviço de atenção à saúde vêm despertando interesse seja no<br />

ambiente acadêmico, seja entre formuladores de políticas públicas.

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