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MAPEAMENTO NACIONAL DA PRODUçãO ... - Itaú Cultural

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138 Graziela Kunsch, com uma câmara de vídeo, parte em direção à margem,<br />

grafias do lugar<br />

coordenada geográfica e simbólica, acolhedora dos excluídos e malditos<br />

da sociedade. Graziela emigra para encontrar, nas Babilônias periféricas,<br />

aqueles acuados em guetos. E o gueto não é o território ou o lugar. É<br />

o fim do sonho de um espaço vital comum e de uma comunidade originária<br />

sem conflitos. Suas performances exigem uma reação do outro,<br />

um acolhimento ou uma rejeição: exibem o desespero da incomunicabilidade.<br />

Na madrugada de Belo Horizonte, a artista é Rita Durão, entre<br />

outras prostitutas-mulheres-nomes de ruas-esquinas-mercadoria com<br />

a avenida do Contorno. Na galeria, o espectador escolhe, para assistir<br />

em uma cabine individual, a uma das fitas de vídeo com nomes das<br />

mulheres-esquinas. Escolha Uma poderia se chamar “o julgamento de<br />

Páris”, pois retoma como tema a Beleza reificada da Vênus, da Virgem,<br />

da prostituta, e questiona o juízo do gosto em seu lastro histórico. Um<br />

juízo que, um dia, se vinculou ao prazer (nem tão) desinteressado.<br />

Graziela Kunsch<br />

Escolha Uma [Belo<br />

Horizonte], 2002<br />

videoinstalação/<br />

performance<br />

200 x 200 cm<br />

Coleção da artista<br />

Foto: Divulgação/Arquivo da artista<br />

139<br />

Toda a arte é pública, se considerarmos que é apresentação a um outro<br />

do qual jamais prescinde. Hoje, é colocado o desafio de repensar as<br />

formas de seu endereçamento ao outro, com o qual estabelece laços ou<br />

afastamentos: experiência compartilhada e possível no mundo em que<br />

vivemos. Como disse Jean-Luc Nancy: “A arte é original e constitutivamente<br />

mostra, exposição, comunicação, envio, endereçamento, partilha<br />

(...). Não há nada menos solipsista do que a arte”. 3<br />

Marisa Flórido Cesar<br />

curadora adjunta<br />

Marília Panitz<br />

Notas<br />

1 Derrida, Jacques. Escrever é um modo de morar. Projeto, São Paulo, v. 118, n. 118, jan.<br />

/fev. 1989.<br />

2 Leveza foi realizada por Felipe Barbosa e Rosana Ricalde para a exposição Rumos da<br />

Nova Arte Contemporânea Brasileira, curadoria de Fernando Cocchiarale, inaugurada em<br />

fevereiro de 2002, simultaneamente a Sobre(A)ssaltos. A referência é pela correspondência<br />

com a obra Visibilidade.<br />

3 NANCY, Jean-Luc. Jean-Luc Nancy / Chantal Pontbriand: uma conversa. Arte & Ensaios,<br />

Rio de Janeiro, n. 8, p. 147-148, nov. 2001.<br />

artistas<br />

Carla Linhares<br />

Fabiana Wielewicki<br />

Glaucis de Morais<br />

Marcelo Feijó<br />

Rodrigo Borges<br />

exposição<br />

Belo Horizonte MG<br />

Itaú <strong>Cultural</strong> Belo Horizonte

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