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MAPEAMENTO NACIONAL DA PRODUçãO ... - Itaú Cultural

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14 Minas Gerais/Ouro Preto<br />

(dez de Petrópolis, um deles também já inserido no<br />

banco de dados, e um de Teresópolis).<br />

Rio de Janeiro/Rio de Janeiro e Niterói<br />

institucional de arte e os núcleos alternativos administrados<br />

por artistas. Esses grupos têm propostas,<br />

tempos de atuação e consolidação um pouco<br />

diferentes na cena carioca e mesmo brasileira.<br />

Além de estarem se tornando uma referência às<br />

artes, assim como um acontecimento nas cidades,<br />

são iniciativas que, no decorrer de suas experiências,<br />

estão tomando a dimensão de uma política<br />

cultural e social, graças a sua natureza relacional<br />

e crítica.<br />

Mesmo demonstrando uma vocação natural mais<br />

voltada para a conservação e restauração de bens<br />

artísticos históricos, Ouro Preto mantém alguns<br />

espaços públicos que se dedicam também à apresentação<br />

de mostras contemporâneas, como a<br />

Sala Manuel da Costa Ataíde (anexo do Museu da<br />

Inconfidência), a Casa dos Contos e a Fundação de<br />

Arte do Ouro Preto, Faop, escola que atua na formação<br />

de artistas e restauradores. É interessante<br />

observar a grande incidência de artistas na cidade<br />

que têm se apropriado das tradições religiosas ou<br />

da estética barroca colonial para desenvolver seus<br />

trabalhos, traduzindo essas experiências numa<br />

linguagem contemporânea.<br />

Rio de Janeiro<br />

Curadora adjunta Marisa Flórido Cesar<br />

No Estado do Rio de Janeiro foram identificadas<br />

três regiões, segundo características específicas<br />

quanto à formação, produção e ao circuito de<br />

arte: (1) as cidades do Rio de Janeiro e de Niterói,<br />

que, apesar de constituírem unidades políticas e<br />

administrativas independentes, foram consideradas<br />

uma só área, em razão do intercâmbio entre<br />

elas e de sua contigüidade física e cultural; (2)<br />

o sul fluminense, formado pelas cidades de<br />

Barra Mansa, Resende, Volta Redonda, Itatiaia e<br />

cercanias, por constituírem um núcleo regional<br />

de formação e difusão de arte promovido especialmente<br />

pela Universidade de Barra Mansa e<br />

pelo Museu de Arte Moderna de Resende; e (3)<br />

a região serrana, pela proximidade da cidade do<br />

Rio de Janeiro.<br />

Foram visitados 122 artistas, 99 dos quais no Rio de<br />

Janeiro e em Niterói (20 inseridos no banco de dados<br />

do programa Rumos Itaú <strong>Cultural</strong> Artes Visuais<br />

1999/2000); 12 do interior fluminense (um inserido<br />

no referido banco de dados); e 11 da região serrana<br />

O Rio de Janeiro tem um sistema institucional de<br />

arte bastante consolidado e constitui historicamente<br />

um centro cultural de influência nacional.<br />

No entanto, isso não evita a intermitência com que<br />

vêm ocorrendo seus salões, como o Nacional e o<br />

Carioca, que foram importantes referências nacionais<br />

durante anos, desde sua instituição. Por outro<br />

lado, outros projetos e programas vêm atraindo a<br />

participação de artistas do Brasil, a exemplo de O<br />

Artista Pesquisador, promovido pelo MAC/Niterói,<br />

e o Programa de Bolsas RioArte, da Prefeitura da<br />

Cidade do Rio de Janeiro, que concede bolsas para<br />

o desenvolvimento de projetos artísticos, inclusive<br />

em artes visuais. Ainda para cobrir a lacuna deixada<br />

pelo Salão Nacional, o MAM do Rio de Janeiro e a<br />

RioArte realizaram, no ano de 2002, a 1ª Mostra<br />

Rio Arte Contemporânea.<br />

Duas escolas são as principais responsáveis pela formação<br />

em artes visuais no Rio de Janeiro: a Escola de Artes<br />

Visuais do Parque Lage, EAV/Parque Lage, e a Escola de<br />

Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro,<br />

EBA/UFRJ, com ênfase em seu curso de pós-graduação<br />

(mestrado e doutorado). Essa formação é complementada<br />

pelos ateliês informais de artistas.<br />

A quantidade expressiva de cursos de pós-graduação<br />

criados nestes últimos anos, em sua maior<br />

parte teóricos, explicita um interesse renovado<br />

pelas artes visuais. Esses cursos, sete já funcionando<br />

e outros em fase de estruturação, formam<br />

historiadores e críticos de arte, assim como artistas<br />

que coadunam suas inquietações experimentais<br />

com as teóricas. São os principais responsáveis pela<br />

publicação de revistas especializadas de qualidade.<br />

O interessante a observar é a forma como vem<br />

ocorrendo certa permeabilidade entre o ensino<br />

Entre os grupos de artistas que agenciam espaços<br />

e são por vezes também produtores de eventos<br />

artísticos, identificamos quatro que têm proposta<br />

de intercâmbio com outros grupos similares. Esses<br />

grupos são os mais atuantes no cenário artístico<br />

carioca e fluminense e aglutinam, em torno<br />

deles, boa parte da produção artística emergente.<br />

São eles: Atelier DZ9, Portas Abertas e Prêmio<br />

Interferências Urbanas (coordenado por Júlio<br />

Castro), Espaço Agora, Projeto Capacete, Galeria<br />

do Poste (Niterói), Zona Franca e Projeto Dromo.<br />

Rio de Janeiro/Sul fluminense<br />

Barra Mansa, Resende, Volta Redonda e Itatiaia<br />

O Museu de Arte Moderna de Resende tem um<br />

representativo acervo da arte brasileira (Tarsila do<br />

Amaral, Pancetti, Paulo Roberto Leal, entre outros).<br />

Além de promover o Salão da Primavera desde<br />

1974 e exposições temporárias, destaca-se como<br />

referência às artes visuais do interior fluminense.<br />

Essa função, que busca dotar artistas e público<br />

de instrumentos para assimilar o acervo moderno<br />

do Museu e as exposições de arte contemporânea<br />

que ali ocorrem, vem sendo assumida pela<br />

Universidade de Barra Mansa, UBM. O empenho<br />

da UBM deve ser especialmente enfatizado na<br />

formação de artistas, com a criação do curso de<br />

educação artística; na organização de mostras de<br />

arte contemporânea na galeria da universidade;<br />

na promoção de um intercâmbio teórico (com<br />

seminários e palestras ministradas por artistas e<br />

teóricos de fora); e na publicação de periódicos<br />

especializados, ainda que de forma incipiente.<br />

Rio de Janeiro/Região serrana<br />

A região serrana não chega a constituir um núcleo<br />

de referência especial às artes visuais no Estado do<br />

Rio de Janeiro. As visitas aos ateliês foram concentradas<br />

na cidade de Petrópolis, que, entre as três<br />

principais cidades da serra fluminense (Petrópolis,<br />

Teresópolis e Friburgo), vem demonstrando iniciativas<br />

mais contundentes para reverter esse quadro.<br />

A região como um todo carece de espaços de<br />

exposição abertos a mostras de arte contemporânea,<br />

de cursos de arte de formação acadêmica<br />

ou de centros de debate, reflexão ou crítica de<br />

arte. Suas galerias destinam-se principalmente à<br />

exposição da produção artística local.<br />

Fernando Cocchiarale<br />

Coordenador da equipe curatorial<br />

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