Educação Sexual Múltiplos Temas - Cepac
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sexuais, na Universidade Estadual de Londrina, a autora constatou,<br />
principalmente no período de 1995 a 1997, a repercussão<br />
negativa deste incidente, bloqueando iniciativas de <strong>Educação</strong><br />
<strong>Sexual</strong>. Isto fica claro no depoimento de uma das professoras<br />
que participou do processo de formação:<br />
É que eu tenho medo, muito medo da reação das crianças e dos<br />
pais dessas crianças [..] foi complicado o que aconteceu com um<br />
professor (Benini); foi problema com os pais. [..] Então, até hoje,<br />
depois que eu falo para os alunos sobre sexualidade, eu fico<br />
apreensiva, com medo de acontecer alguma coisa. (FIGUEIRÓ, 1998,<br />
p.107)<br />
Também, durante a própria reunião realizada na Secretaria<br />
Municipal de <strong>Educação</strong> (SME), a Assessora de Ciências, tendo sido<br />
abordada por várias professoras após o acontecido, “afirmou<br />
que o fato tem repercutido e, como reflexo, tem gerado a<br />
insegurança dos docentes em iniciar ou dar continuidade a este<br />
tipo de trabalho”. (LONDRINA, 2004, p.37).<br />
Assim sendo, é em função de sabermos das repercussões<br />
negativas que um incidente desta natureza pode gerar, fazendo<br />
retroceder as iniciativas de <strong>Educação</strong> <strong>Sexual</strong> em andamento, que<br />
reconhecemos a necessidade de reflexões. Um ponto a ser<br />
pensado diz respeito aos cuidados necessários que se pode ter<br />
junto aos pais. Uma das autoras que problematizou esta questão<br />
foi Suplicy, psicóloga que coordenou o “Projeto de Orientação<br />
<strong>Sexual</strong>” desenvolvido pela segunda vez, na Rede Pública de São<br />
Paulo, no período de 1989 a 1992, quando Paulo Freire era<br />
Secretário da <strong>Educação</strong>. Com base nesta experiência, a autora<br />
afirmou que “Para qualquer projeto de orientação é preciso<br />
assinatura do pai do aluno, autorizando o filho a assistir às aulas.<br />
Tem que ser assim, pelo menos enquanto for trabalho novo. [...].”<br />
(SUPLICY, 1993, p.33).<br />
Reconhece, a autora, que deixar os pais darem a palavra<br />
INTERAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA NA EDUCAÇÃO SEXUAL:<br />
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