Educação Sexual Múltiplos Temas - Cepac

More documents

Recommendations

Info

nos mesmos erros de períodos anteriores, conforme Foucault, nos alerta. Os dispositivos de saber e poder sobre o sexo se desenvolve, desde o século XVIII, a partir de quatro grandes conjuntos estratégicos. (1) “Histerização do corpo da mulher”: tríplice processo pelo qual o corpo da mulher foi analisado como corpo integralmente saturado de sexualidade, integrado ao campo das práticas médicas e posto em comunicação orgânica com o corpo social, com o espaço familiar e com a vida das crianças. (2) “Pedagogização do sexo da criança”: pais, famílias, educadores, médicos e, mais tarde, psicólogos devem se encarregar continuamente deste germe sexual precioso e arriscado, perigoso e em perigo. (3) “Socialização das condutas de procriação”: socialização econômica, política e médica, que visam incitar ou frear a fecundidade dos casais. (4) “Psiquiatrização do prazer perverso”. (FOUCAULT, 1997, p.98-9) Falar sobre sexualidade na escola é reportar-se a sentimentos, emoções, afetos, excitações, formas de prazer. Tratar do tema é também o lócus das representações mentais, das intersubjetividades, enfim, do corpo, do desejo, buscando o equilíbrio do indivíduo, pois, o bloqueio ou as informações descontextualizadas podem interromper o equilíbrio de sensações prazerosas dos indivíduos gerando “bloqueios futuros na sexualidade” destes. (COSTA, 1996). A educação de hoje certamente não é a mesma dos séculos anteriores, mas encontra-se envolvida em rupturas e mudanças, como também na realocação de problemas. Assim, a inserção do tema Orientação Sexual na escola, na transversalidade, perpassa hoje como um campo problemático, uma vez que há a necessidade de transpor fronteiras do saber e disciplinas científicas, assim como há o desafio de ultrapassar barreiras envoltas a em mitos, crenças, informações da mídia, valores familiares, discursos e procedimentos pedagógicos, entre outros. No Brasil, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) do SEXUALIDADE NO CONTEXTO CONTEMPORÂNEO: 179
Ensino Fundamental propõem, além dos conteúdos das disciplinas, a abordagem dos temas transversais. Entre estes temas, encontrase a proposta de abordagem da orientação sexual na escola. O objetivo de tal inserção se justifica, segundo o documento oficial, a oportunidade voltada aos estudantes para que estes tirem suas dúvidas, possam problematizar questões relacionadas à sexualidade, incluindo crenças, mitos, tabus, preconceitos, valores a ela associadas. O trabalho de Orientação Sexual na escola visa “proporcionar aos estudantes a possibilidade do exercício de sua sexualidade de forma responsável e prazerosa”. (BRASIL, 1998). O tema Orientação Sexual, ao ser proposto para o Ensino Fundamental, atendendo as curiosidades, interesses e necessidades dos estudantes das diferentes séries, requer educadores preparados para tal abordagem. Aos professores das diferentes séries e disciplinas fica o desafio de encontrar a melhor maneira de trabalhar o tema de forma segura e saudável, sem impor ou omitir informações atualizadas e de interesse dos estudantes, incluindo crenças, mitos, tabus, preconceitos. . Para atender os estudantes, o texto dos Parâmetros Curriculares (BRASIL, 1998) sugere o desenvolvimento da Orientação Sexual na escola, segundo três eixos fundamentais para orientar o docente: Corpo Humano com abordagem deste como matriz da sexualidade, sem ênfase na morfologia e fisiologia dos órgãos, mas que, ao conhecer seu corpo, o aluno possa reconhecer que as modificações e as diferentes sensações são conseqüências das respostas à evolução do seu organismo em equilíbrio, e que, este antes de tudo é perfeito enquanto estrutura e funções e é dotado de mecanismos que se organizam conforme o seu desenvolvimento. Num segundo eixo, sugere que sejam discutidos aspectos relacionados às Relações de Gênero, em que se busque a redefinIção dos tradicionais papéis sexuais e se trabalhe para construir a igualdade na relação homem-mulher. A 180 EDUCAÇÃO SEXUAL: MÚLTIPLOS TEMAS, COMPROMISSO COMUM
Page 2 and 3:
EDUCAÇÃO SEXUAL: múltiplos temas
Page 4 and 5:
MARY NEIDE DAMICO FIGUEIRÓ (Org.)
Page 6 and 7:
AGRADECIMENTOS Ao Ministério da Ed
Page 8:
SUMÁRIO Entendendo a construção
Page 11 and 12:
sensibilizar outros educadores e es
Page 14 and 15:
ENTENDENDO A CONSTRUÇÃO SOCIAL DA
Page 16 and 17:
Configurou-se o que alguns estudios
Page 18 and 19:
Negava-se a ela qualquer independê
Page 20 and 21:
consideram categorias classificató
Page 22 and 23:
A mulher do século XXI está subme
Page 24:
ENGELS, F. A Origem da Família, da
Page 27 and 28:
Nossa razão impõe-nos uma necessi
Page 29 and 30:
- “Esta comunidade... tem uma reg
Page 31 and 32:
cometer os mais diferentes tipos de
Page 33 and 34:
a “eliminação da violência bas
Page 35 and 36:
Declaração dos Direitos Sexuais A
Page 37 and 38:
9- O direito à informação basead
Page 39 and 40:
geração de artistas que se permit
Page 41 and 42:
Brasil - CNBB divulga não mais se
Page 43 and 44:
homossexuais, o direito de deixar p
Page 45 and 46:
Presidência da República. O event
Page 47 and 48:
transexuais), além de uma dificuld
Page 49 and 50:
FACCHINI, R. Sopa de letrinhas? Mov
Page 52 and 53:
EU AMO, TU AMAS, ELES AMAM: A AFETI
Page 54 and 55:
de Teatro para Atores Especiais, no
Page 56 and 57:
pessoa com deficiência e resquíci
Page 58 and 59:
Na passagem da infância para a ado
Page 60 and 61:
2. QI (Quociente de Inteligência)
Page 62 and 63:
afetividade-sexualidade da pessoa c
Page 64 and 65:
Mesmo que a deficiência mental se
Page 66 and 67:
qual os esclarecimentos vão sendo
Page 68 and 69:
que ocorrem entre os atores e a pla
Page 70 and 71:
um de nós: a felicidade, dedicamos
Page 72 and 73:
A FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS EM
Page 74 and 75:
A vulnerabilidade dos homossexuais
Page 76 and 77:
em 2004 e financiado pelo Ministér
Page 78 and 79:
2004). Entretanto, a maioria das dr
Page 80 and 81:
esulta em ações de violência ver
Page 82 and 83:
O Ministério da Saúde (BRASIL, 20
Page 84 and 85:
maior entre os indivíduos do sexo
Page 86 and 87:
agressão. Impossível não pensar
Page 88 and 89:
A participação de docentes do cur
Page 90 and 91:
na época, dava apoio a alguns indi
Page 92 and 93:
Posteriormente, oficinas eram minis
Page 94 and 95:
transmissíveis passou a enfatizar
Page 96 and 97:
entendimento e acolhimento das espe
Page 98 and 99:
LACERDA, M; PEREIRA C; CAMINO, L. U
Page 100 and 101:
INTERAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA NA EDUC
Page 102 and 103:
São estas as questões norteadoras
Page 104 and 105:
moralistas e autoritárias e que su
Page 106 and 107:
questão com técnicos para o seu a
Page 108 and 109:
ecorte que mostra a penetração do
Page 110 and 111:
caso, foi lido na referida rádio,
Page 112 and 113:
sexuais, na Universidade Estadual d
Page 114 and 115:
seminários semanais, com 10 a 15 p
Page 116 and 117:
Podemos concluir que o cuidado com
Page 118 and 119:
fazemos com dedicação e seriedade
Page 120 and 121:
se ela não pergunta é porque não
Page 122 and 123:
livros escritos para crianças, que
Page 124 and 125:
______. O preparo de educadores sex
Page 126 and 127:
CORPOREIDADE E DIVERSIDADE: REFLEX
Page 128 and 129:
instituição no mundo, do nosso ha
Page 130 and 131:
mundo em que vive, revelando um mod
Page 132 and 133:
Desvelou-se, inicialmente, a dimens
Page 134 and 135:
das vivências relacionais da exist
Page 136 and 137:
Voltando à minha adolescência, qu
Page 138 and 139:
momentos dessas relações: as rela
Page 140 and 141:
E então, como seres humanos, poder
Page 142 and 143: A INSTITUCIONALIZAÇÃO DOS SABERES
Page 144 and 145: século XIX. Entendo que a instituc
Page 146 and 147: etiologia nas práticas sexuais e i
Page 148 and 149: lhe o desenvolvimento saudável de
Page 150 and 151: Acredito que a vasta produção de
Page 152 and 153: porque, com certeza, as temáticas
Page 154 and 155: EDUCAÇÃO SEXUAL: COMO ENSINAR NO
Page 156 and 157: Por outro lado, o ensino da sexuali
Page 158 and 159: delas. Assim, ela pode ser ensinada
Page 160 and 161: daí. Para ilustrar esta segunda fo
Page 162 and 163: Dependendo do dicionário, os únic
Page 164 and 165: - educar sexualmente é criar oport
Page 166 and 167: grupo no trabalho, o que, por sua v
Page 168 and 169: contar com estratégias de ensino m
Page 170 and 171: Nesta situação, segundo a autora,
Page 172 and 173: - se tiver uma relação sexual dur
Page 174 and 175: Ter relações de gênero como um d
Page 176 and 177: Como já vimos, Educação Sexual t
Page 178 and 179: Quando falamos em direito a vivenci
Page 180 and 181: Além disto, para que toda e qualqu
Page 182 and 183: As crianças dão um retorno assim,
Page 184: POKER, R. B. Formação do professo
Page 187 and 188: às suas emoções. Admitia-se que
Page 189 and 190: Um salto significativo nos estudos
Page 191: Em década posterior, a inclusão d
Page 195 and 196: algumas das dificuldades apontadas
Page 197 and 198: que os estudantes reflitam sobre os
Page 199 and 200: sobre o desejo humano, ou a cegueir
Page 201 and 202: controle de natalidade e, mais rece
show all

Educação Sexual Múltiplos Temas - Cepac

Create successful ePaper yourself

Delete template?

Save as template?