14.05.2015 Views

Anexos Completo - Fundação Florestal - Governo do Estado de São ...

Anexos Completo - Fundação Florestal - Governo do Estado de São ...

Anexos Completo - Fundação Florestal - Governo do Estado de São ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A questão da água<br />

"A luta pela água só a compreen<strong>de</strong> quem lhe sente a falta". 13<br />

“De um curso d’água nasce a vida e uma civilização. A água tem que ser <strong>do</strong>mada, tratada e distribuída<br />

aos cidadãos”. O estu<strong>do</strong> da utilização da água para o consumo se reveste <strong>de</strong> fundamental importância<br />

para a memória das socieda<strong>de</strong>s urbanas.<br />

O levantamento histórico-arqueológico da evolução <strong>do</strong>s sistemas <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água constitui<br />

<strong>de</strong> certa forma uma abordagem <strong>do</strong>s aglomera<strong>do</strong>s humanos que os conceberam e que <strong>de</strong>les se<br />

serviram. De sua análise, po<strong>de</strong>rão ser inferidas ou confirmadas inúmeras relações <strong>de</strong> diversas or<strong>de</strong>ns,<br />

sejam elas históricas, econômicas, sociais e outras. De patrimônio natural, a água adquire, através das<br />

várias formas da sua utilização, a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> patrimônio histórico, envolven<strong>do</strong> a memória <strong>do</strong>s<br />

sistemas tecnológicos <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s ao longo <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong> sua conquista. Da abordagem<br />

<strong>de</strong>ssas tecnologias se <strong>de</strong>preen<strong>de</strong> uma correlação íntima com a evolução das socieda<strong>de</strong>s, estan<strong>do</strong> a água<br />

presente no urbanismo, na economia, na cultura e nas várias vertentes que compõe o to<strong>do</strong> social.<br />

A se<strong>de</strong>ntarização e o <strong>de</strong>senvolvimento urbano das populações, conduziram à procura <strong>de</strong> novos<br />

mananciais, ao recurso <strong>de</strong> tecnologias capazes <strong>de</strong> buscar água em lugares mais longínquos e em<br />

melhores condições <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong>, passan<strong>do</strong> a técnica <strong>de</strong> mero processo <strong>de</strong> condução das<br />

águas aos complexos sistemas <strong>de</strong> <strong>do</strong>mesticação e controle da natureza, com a correção <strong>de</strong> seus<br />

elementos, cuja criação só foi possível com o <strong>de</strong>senvolvimento da ciência e <strong>de</strong> to<strong>do</strong> um saber<br />

acumula<strong>do</strong> por várias gerações.<br />

Cada época teve o seu sistema, que respon<strong>de</strong>u a um conjunto <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> meio ambiente e<br />

social, interagiu com eles, proporcionan<strong>do</strong> seu <strong>de</strong>senvolvimento o que, em breve, fez com que se<br />

esgotassem os recursos disponíveis, uma vez que o processo dinâmico da busca por novas soluções,<br />

está consubstancia<strong>do</strong> na história <strong>do</strong>s agentes que o conceberam.<br />

Ao longo <strong>do</strong>s primeiros duzentos anos, os habitantes <strong>de</strong> São Paulo serviam-se das águas <strong>do</strong> Yacuba, no<br />

centro <strong>do</strong> hoje largo <strong>do</strong> Paissandú, e das biquinhas, como então se chamavam genericamente, por<br />

exemplo, as duas situadas na rua Tabatingüera, a <strong>do</strong> Gaio e a <strong>de</strong> Santa Luzia, esta famosa por suas<br />

qualida<strong>de</strong>s oftálmicas.<br />

Outras, como a da chácara <strong>do</strong>s ingleses, hoje Rua Américo <strong>de</strong> Campos, diminuíam <strong>de</strong> volume nas<br />

estiagens prolongadas, obrigan<strong>do</strong> o paulistano mitigar sua se<strong>de</strong> no riacho <strong>do</strong> Anhangabaú ou nas águas<br />

<strong>do</strong> Tamanduateí.<br />

O ponto <strong>do</strong>s rios ou <strong>do</strong>s riachos on<strong>de</strong> era possível, <strong>de</strong> maneira mais fácil matar a se<strong>de</strong>, ou pegar a<br />

água em vasilhas ou potes, chamava-se aguada, que com o tempo passou a <strong>de</strong>signar "<strong>de</strong>termina<strong>do</strong><br />

ponto da agua corrente que, por seu fácil acesso, se transforma em habitual bebe<strong>do</strong>uro para os<br />

animaes, conduzi<strong>do</strong>s pelo homem". 14<br />

13 DIAS, J. e GALHANO, F. Aparelhos <strong>de</strong> Elevar a Água <strong>de</strong> Rega. 2ª ed. Publicação Dom Quixote, Lisboa 1986, p.18.<br />

13 BIERRENBACH, Gastão César. In Curso d’Água. Publicação da Companhia <strong>de</strong> Saneamento Básico <strong>de</strong> São Paulo (SABESP), 1988,<br />

p.7.<br />

14 Freitas, A.A. <strong>de</strong>. Diccionario Historico, Topographico, Ethonographico Illustra<strong>do</strong> <strong>do</strong> Municipio <strong>de</strong> São Paulo, 1ª ed.<br />

Graphica Paulista Editora, São Paulo, 1929, p77.<br />

Anexo 15 - Cenários Históricos 9

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!