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Anexos Completo - Fundação Florestal - Governo do Estado de São ...

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Além <strong>de</strong>ssa circunstância, outro inconveniente obrigou-os a manter baixo o nível <strong>do</strong> lago, vários<br />

aci<strong>de</strong>ntes provoca<strong>do</strong>s na encosta por on<strong>de</strong> passava o canal <strong>de</strong> seção trapezoidal, que conduzia a água<br />

para o abastecimento. Os talu<strong>de</strong>s <strong>de</strong>smoronaram em diversos pontos, provocan<strong>do</strong> vazamento no<br />

canal, e quase comprometeram a estabilida<strong>de</strong> da obra <strong>de</strong> concreto. Suas águas mantiveram-se<br />

impotáveis durante 1909, e o lago ficou completamente vazio, <strong>de</strong> outubro a novembro daquele ano.<br />

Dos três lagos artificiais, o complexo <strong>do</strong> Guaraú não mais existe; em 1974, foi completamente<br />

<strong>de</strong>struí<strong>do</strong>, para que o solo fosse rebaixa<strong>do</strong> para dar lugar a Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Águas,<br />

conhecida como ETA GUARAÚ, projetada para operar com uma capacida<strong>de</strong> final <strong>de</strong> 33m³/s, o que a<br />

torna uma das maiores estações <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> água <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />

A água que a alimenta provém das barragens <strong>do</strong>s rios Juqueri, Atibainha, Cachoeira, Jacareí e Jaguari. É<br />

bombeada da estação elevatória <strong>de</strong> Santa Inês, para o reservatório <strong>de</strong> Águas Claras. A água bruta<br />

<strong>de</strong>ste reservatório flui por gravida<strong>de</strong>, através da estação e pelo reservatório regula<strong>do</strong>r, sen<strong>do</strong><br />

conduzida ao sistema <strong>de</strong> distribuição como água tratada.<br />

Na primeira década <strong>do</strong> século XX, as águas <strong>do</strong>s nossos lagos artificiais foram temporariamente<br />

con<strong>de</strong>nadas ao consumo, em razão <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s negativos das análises e <strong>do</strong>s exames microscópicos<br />

a que foram submetidas. Plínio Queiroz, vinte anos <strong>de</strong>pois da inauguração das barragens afirmava:<br />

“Infelizmente as nossas aguas estão sujeitas ao mal das algas, como acontece em muitos casos da<br />

América <strong>do</strong> Norte. Seu repouso em açu<strong>de</strong>s em vez <strong>de</strong> lhes melhorar as qualida<strong>de</strong>s pela <strong>de</strong>cantação dá<br />

azo á polluição das algas, pouca influencia ten<strong>do</strong> a limpeza preliminar da bacia ou seu amadurecimento<br />

pela <strong>de</strong>composição completa da materia organica que nella se encontrava antes <strong>do</strong> enchimento. De<br />

quan<strong>do</strong> em vez as aguas se turvam adquirem mau cheiro, e mau gosto: apodrecem literalmente. Disto<br />

temos um exemplo bem frisante que é o Cabuçu”. 140 (QUEIROZ, 1928)<br />

Qual então <strong>de</strong>veria ser o tratamento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> a fim <strong>de</strong> aproveitar em curto prazo, as águas que<br />

estavam provisoriamente afastadas <strong>do</strong> abastecimento?<br />

As opiniões eram divergentes, e o <strong>de</strong>bate entre especialistas consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s autorida<strong>de</strong>s, no final <strong>do</strong><br />

século XIX e começo <strong>do</strong> XX, continuava, persistin<strong>do</strong> a falta <strong>de</strong> consenso quanto ao méto<strong>do</strong> a ser<br />

aplica<strong>do</strong> e sua eficácia, na melhoria da qualida<strong>de</strong> da água <strong>do</strong>s lagos artificiais que a população mundial<br />

consumia.<br />

Além <strong>do</strong>s cuida<strong>do</strong>s comuns que <strong>de</strong>veriam ser postos em prática no início da construção das represas,<br />

forma<strong>do</strong>ras das bacias, e que eram consi<strong>de</strong>radas práticas rotineiras 141 , alguns engenheiros sanitaristas<br />

eram muito exigentes, outros, porém, mais tolerantes.<br />

No caso <strong>de</strong> SPATARO, 1909, 142 sua recomendação era a <strong>de</strong> que a bacia <strong>de</strong>veria ser circundada <strong>de</strong><br />

montes, exposta à ação das correntes aéreas, sua profundida<strong>de</strong> teria que ser consi<strong>de</strong>rável, a<br />

temperatura média <strong>do</strong> local baixa, a camada <strong>de</strong> húmus retirada e, além <strong>de</strong> todas essas exigências,<br />

<strong>de</strong>veriam ser usa<strong>do</strong>s filtros <strong>de</strong> purificação.<br />

FOLWEL em 1900, 143 mais sintético, enfatizava a necessida<strong>de</strong> da remoção da terra vegetal e das<br />

saliências <strong>do</strong> terreno, para que se pu<strong>de</strong>sse obter a maior profundida<strong>de</strong> possível, ainda que esse<br />

procedimento se tornasse bastante dispendioso.<br />

140 QUEIROZ, Plínio in Revista Viação. Tipografia Agência Will, Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1928, p.117.<br />

141 Expostas no capítulo da formação <strong>do</strong>s lagos artificiais.<br />

142 SPATARO, Donato. Ingegneria Sanitária: provista <strong>de</strong>ll’acque e risanamento <strong>de</strong>ll’abitato. Edição Vallardi, Milão, 1909.<br />

143 FOLWEL, Amory Prescott. Water supply engeineerin: the <strong>de</strong>signing, construction, and maintenance of water-supply<br />

systems. Editora John Wiley and Sons, New York, 1900.<br />

Anexo 15 - Cenários Históricos 91

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