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Anexos Completo - Fundação Florestal - Governo do Estado de São ...

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CENÁRIO 3 - Sistema Público <strong>de</strong> Abastecimento <strong>de</strong> Água: Companhia Cantareira<br />

A explosão <strong>de</strong>mográfica paulistana acentuou-se a partir da segunda meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XIX; no começo<br />

da década <strong>de</strong> setenta, a população era <strong>de</strong> 31.385, e já em 1900 apresentava o número alarmante <strong>de</strong><br />

239.934 habitantes, e o fornecimento <strong>de</strong> água ao longo das centúrias continuava sempre na pauta das<br />

reivindicações populares.<br />

Até a segunda meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XIX, a cida<strong>de</strong>zinha <strong>de</strong> ares provincianos, tinha uma situação financeira<br />

precária, o que obrigava a edilida<strong>de</strong> a recorrer aos cofres <strong>do</strong> governo provincial, para a realização das<br />

necessárias e urgentes obras <strong>de</strong> infra-estrutura, <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> em busca <strong>do</strong> surto <strong>de</strong> progresso<br />

político, econômico, cultural, social, <strong>de</strong>mográfico e urbano, incentivada pelos adventos <strong>do</strong> complexo<br />

cafeeiro, da construção da estrada <strong>de</strong> ferro Santos-Jundiaí (1867) e <strong>do</strong> afluxo <strong>de</strong> imigrantes europeus<br />

De traça<strong>do</strong> colonial até mea<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 1850, em São Paulo, a acumulação <strong>do</strong> capital resultante da<br />

cafeicultura, modificou-a em algumas décadas. Inauguran<strong>do</strong> símbolos <strong>de</strong> uma nova era, com a<br />

canalização das águas da Cantareira até o reservatório da Consolação para abastecer a cida<strong>de</strong>, a<br />

abertura <strong>de</strong> alamedas nos bairros <strong>do</strong>s Campos Elíseos ou <strong>de</strong> Higienópolis e a Avenida Paulista,<br />

construída como um boulevard, mostraram, nesse perío<strong>do</strong>, a preocupação com a higiene e a influência<br />

estética francesa sobre seus novos trechos elegantes.<br />

O final <strong>de</strong>sse século representa, portanto, uma gran<strong>de</strong> guinada: “o vilarejo vira centro político, o<br />

aglomera<strong>do</strong> quase esqueci<strong>do</strong> se transforma em ponto <strong>de</strong> referência”, 16 com o esforço <strong>do</strong>s<br />

cafeicultores e <strong>do</strong>s governantes na tentativa <strong>de</strong> sanear a cida<strong>de</strong> e criar novos territórios da elite.<br />

Começavam <strong>de</strong>spontar os sinais <strong>do</strong> surgimento <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> metrópole, cujo complexo processo <strong>de</strong><br />

urbanização exigiu o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma estrutura capaz <strong>de</strong> suprir as necessida<strong>de</strong>s<br />

administrativas, comerciais, culturais, financeiras e materiais, os chama<strong>do</strong>s serviços ou equipamentos<br />

coletivos urbanos, como é o caso <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> águas e esgotos, o fornecimento <strong>de</strong><br />

energia, <strong>de</strong> alimentos, <strong>de</strong> área <strong>de</strong> ensino e saú<strong>de</strong> e to<strong>do</strong>s os <strong>de</strong>mais que pu<strong>de</strong>ssem acompanhar o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da socieda<strong>de</strong> paulistana em plena expansão.<br />

Adução das Águas da Cantareira<br />

Com relação ao nome Cantareira, são diversificadas as interpretações quanto à sua origem<br />

toponímica:<br />

JOÃO MENDES DE ALMEIDA, em seu Diccionário Geographico da Província <strong>de</strong> São Paulo 17 , assim<br />

<strong>de</strong>fine o nome Cantareira.<br />

"Cantareira, corrupção <strong>de</strong> Caá-haty-aì-yo-yrè-yrè, (montes tesos, uns atraz <strong>do</strong> outros). De caá,<br />

(monte, morro), haty-aî, (erecto, tese), yo, reciproco para exprimir plural e communicação <strong>de</strong> uns<br />

com outros, yrè-yrè, (uns atraz <strong>do</strong>s outros). Pela dificulda<strong>de</strong> da pronuncia <strong>do</strong> nome, os portuguezes<br />

enten<strong>de</strong>ram Cantareira. O último yrè é pronuncia<strong>do</strong> breve e corri<strong>do</strong>. To<strong>do</strong>s os y são pronuncia<strong>do</strong>s<br />

gutturalmente e quasi não ouvi<strong>do</strong>s. Esta serra Cantareira é uma corda <strong>de</strong> morros, <strong>do</strong>s quaes os mais<br />

altos attingem altitu<strong>de</strong> superior a 950 metros..." [Sic]. (ALMEIDA, 1902, p.55).<br />

16 SCHWARCZ, Lilia Moritz, in Viran<strong>do</strong> o Vinte. Secretaria <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> .da Cultura, DEMA, São Paulo, 1994/1995, p.8.<br />

17 ALMEIDA, J. M. Diccionario Geographico da Provincia <strong>de</strong> São Paulo, Typ. A Vap. Espin<strong>do</strong>la, Siqueira & Comp. SP., 1902, p.55.<br />

12 Anexo 15 – Cenários Históricos

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